Após pouco mais de um ano da conclusão de sua reorganização financeira e operacional por meio do Capítulo 11 da Lei de Falências americana, a Latam deu início ao processo de reabertura e listagem na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

Segundo comunicado divulgado pela companhia na quinta-feira, 4 de abril, o conselho de administração aprovou o início do processo para listar recibos de ações (ADRs) na NYSE.

A operação depende do cumprimento de trâmites e requisitos perante a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) e a NYSE, além de uma aprovação final do board.

Além disso, segundo a companhia, a decisão será adotada uma vez que seja obtido o consentimento dos principais credores apoiadores do plano de reorganização.

“O processo para finalizar a relistagem do programa de ADR deve levar até seis meses a partir de agora”, diz um trecho do comunicado.

A relistagem dos ADRs representa um novo capítulo na história da Latam, depois de ter entrado com um pedido para ingressar no Capítulo 11 em maio de 2020, em razão dos efeitos no setor aéreo da pandemia de Covid-19.

Os ADRs deixaram de ser listados no mesmo ano, sendo negociados apenas em balcão. A Latam tem ações listadas no Chile, que acumulam alta de 29% neste ano.

A maior companhia aérea da América Latina deixou o processo em novembro de 2022 com uma dívida bruta de R$ 6,5 bilhões, ou seja, US$ 3,9 bilhões menor ante o que tinha quando iniciou o processo de recuperação judicial. Antes do Capítulo 11, em 2019, seu endividamento bruto estava na casa dos US$ 10,4 bilhões.

No ano passado, o endividamento bruto somou US$ 6,9 bilhões. A dívida líquida atingiu US$ 5,2 bilhões e a alavancagem líquida ajustada chegou a 2,1 vezes, abaixo das 4 vezes de 2022.

O grupo fechou o ano passado com um lucro líquido de US$ 582 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 341 milhões do mesmo período de 2022, maior resultado da história, excluindo os efeitos de itens não operacionais positivos no lucro de 2022 por conta da saída do Capítulo 11. As receitas totais subiram 24%, para US$ 11,8 bilhões.

Para 2024, a Latam prevê um crescimento anual em suas operações de passageiros (ASKs) entre 12% e 14%, puxado pelo segmento internacional. Em 2023, o ASK avançou 14,7%.