A DM está perto de fechar a compra da Credz. Segundo apurou o NeoFeed, quase a totalidade dos credores concordou com os termos para que a investida da Vinci Partners assuma as operações da administradora de cartão de crédito da família Zogbi.
Segundo fontes ouvidas pelo NeoFeed, a maioria dos detentores das cotas do FIDC e dos debenturistas da 13ª e 14ª emissão aprovam os termos financeiros da proposta, ficando faltando apenas poucos ajustes. No caso dos credores bancários, uma das fontes diz que tudo leva a crer que o acordo será aprovado.
A situação ainda estaria emperrada entre os detentores da 15ª emissão de debêntures. Parte relevante já aceitou os termos da venda. Mas alguns holders estão pedindo a retomada da assembleia na segunda-feira, 6 de novembro.
Para concretizar a operação foi montada uma engenharia financeira. Segundo o NeoFeed apurou, em linhas gerais, a Credz permanecerá com parte da dívida, aproximadamente R$ 250 milhões, enquanto o restante deve subir para uma sub-holding.
Além disso, haverá um aporte de capital de cerca de R$ 350 milhões pela DM, enquanto os acionistas atuais vão colocar R$ 75 milhões. A Visa deve entrar com R$ 150 milhões, considerando o arranjo que tem com a Credz.
O resultado coloca fim a uma situação que veio no momento em que o mercado de crédito, já machucado por casos de Americanas e Light, poderia deixar um um novo rastro de prejuízos aos investidores.
Conforme antecipou o NeoFeed, no fim de setembro, uma assembleia geral de credores aconteceu entre gestores de bancos e assets com o management da administradora de cartão de crédito.
Na pauta, a quebra de covenants de debêntures que somam R$ 314 milhões, dívidas de R$ 750 milhões em empréstimos bancários e um FIDC que supera R$ 1 bilhão, situação deflagrada pela empresa não ter pago uma nota comercial ao BV, em setembro deste ano.
Criada em 2012, a Credz é uma emissora de cartões que tem a família Zogbi como maior acionista, com 81% da companhia. Em seguida aparece a família de José Renato Borges, morto no início do ano, com 19%. Atualmente, a companhia tem mais de 3,7 milhões de cartões emitidos.
No balanço de 2022, a Credz informou que o volume de faturamento cresceu 49% em relação a 2021, para cerca de R$ 8,9 bilhões. Ainda assim, afirmou que foi afetada pela situação macroeconômica, especialmente na linha de inadimplência.
A empresa divulgou que o chamado First Payment Default (FPD), indicador que mostra quando não há o pagamento da primeira parcela de um empréstimo ou financiamento, ficou na casa dos 10% ao longo de 2022, alcançando 10,9% em novembro.
Para a DM, a absorção da Credz a torna a maior administradora independente de cartões do mercado. Com 21 anos recém completados, a empresa informou ter ultrapassado a marca de 12 milhões de cartões emitidos e que possui mais de 1 milhão de clientes ativos.