A Nike está levando um tombo histórico na bolsa de valores de Nova York. Nesta sexta-feira, 22 de dezembro, as ações da fabricante de artigos esportivos chegaram a cair mais de 12% antes de recuar para uma queda próxima de 11%. Se continuar neste ritmo, essa pode ser a maior desvalorização da empresa em quase três décadas.
A queda nas ações vem com a divulgação dos resultados do segundo trimestre fiscal da empresa. Com receita de US$ 13,4 bilhões e lucro líquido próximo de US$ 1,6 bilhão, a empresa deu guidance de crescimento de 1% na receita do ano fiscal que se encerra em maio de 2024. A projeção anterior era de um crescimento de um dígito médio (na casa dos 5%).
De acordo com a Nike, houve uma forte demanda pelos produtos nos principais feriados e dias de compras do trimestre encerrado em 30 de novembro. Entre eles, a Black Friday, nos Estados Unidos, e o Single Day, na China. Contudo, o consumo caiu em “datas comuns”.
O mercado também não reagiu bem aos planos anunciados pela empresa de que pretende cortar US$ 2 bilhões em custos ao longo dos próximos três anos. A medida vem em decorrência de uma queda no consumo de itens esportivos na China e na Europa.
O dinheiro economizado será utilizado para que a companhia crie novos processos internos para agilizar e simplificar a operação. Segundo Matthew Friend, diretor financeiro da Nike, as mudanças podem levar algum tempo para surtirem efeito em grande escala, mas nenhum prazo foi estabelecido.
Essa não é a primeira reestruturação da Nike em um período mais recente. Nos últimos três anos a companhia realizou diversas tentativas de otimizar seu negócio adotando práticas que pudessem acelerar as vendas no e-commerce – até com NFTs – e trazer mais consumidores para as lojas físicas.
Com os resultados desta sexta-feira, a Nike já perdeu mais de US$ 16 bilhões em valor de mercado e agora está avaliada em US$ 165,9 bilhões. A última vez que a companhia sentiu um impacto tão grande na bolsa de valores foi em 1997, quando os papéis recuaram mais de 13%.
A queda nas ações da Nike puxou para baixo também os papéis das concorrentes da empresa americana. Avaliada em US$ 36,3 bilhões, a Adidas negocia com queda superior a 5%. A Puma, por sua vez, lida com uma desvalorização próxima de 6% e seu valuation atual está em US$ 8,4 bilhões.