Se a competição de crescimento anual entre os bancos digitais fosse feita na forma de uma corrida, Nubank e Inter já teriam cruzado a linha de chegada. Essa é, pelo menos, a percepção do Itaú BBA, que em relatório recente destacou o desempenho das duas instituições e acrescentou que elas "vieram para ficar".
“Nu e Inter atingiram esse objetivo e se diferenciaram, se destacando positivamente em tamanho, monetização e capacidade de financiar seu próprio crescimento por meio de lucros e depósitos de clientes, especialmente durante um ciclo difícil de inadimplência”, relata o documento.
O destaque fica para o banco do cartão roxo. Dados analisados pelo Itaú BBA mostram que o Nubank atingiu um tamanho maior em comparação com seus concorrentes e apresentou crescimento positivo em receitas líquidas. O Itaú BBA manteve recomendação de “compra” para o papel com preço-alvo de US$ 10 até o fim de 2024.
Nas estimativas do Itaú BBA, o Nubank deve terminar 2023 com 93 milhões de clientes e uma carteira de crédito de R$ 84 bilhões. A receita esperada é de R$ 29,7 bilhões com lucro líquido próximo de R$ 5,1 bilhões.
"Para 2024, esperamos que a indústria como um todo tenha níveis mais baixos de inadimplência de pessoa física”, informa o relatório. “Com mais ‘velas de receita’ içadas, esperamos que o Nu consolide sua posição como uma aposta de crescimento lucrativo em um mercado enorme.”
A expectativa para o banco do cartão roxo no ano que vem é de aumento no número de clientes para 104 milhões. O Itaú BBA também espera que a carteira de crédito passe para R$ 114,9 bilhões e os números de receita e lucro líquido aumentem R$ 44,9 bilhões e R$ 11,7 bilhões respectivamente.
Em relação ao Inter, o Itaú BBA elevou os números esperados e o preço-alvo para o final de 2024, passando de US$ 4 para US$ 6. Contudo, o banco de investimento manteve recomendação neutra para o papel.
Nas estimativas do relatório, o Inter deve terminar 2023 com 31 milhões de clientes e aumentar este número para 33 milhões até o fim do ano que vem. A carteira de crédito deve aumentar de R$ 31 bilhões para R$ 38,7 bilhões.
Em relação a receita, a previsão é de crescimento de R$ 4,8 bilhões para R$ 6,1 bilhões entre 2023 e 2024. Já o lucro líquido deve passar de R$ 334 milhões para R$ 856 milhões.