Com o Nubank apresentando crescimento de resultados ao longo dos últimos trimestres, deixando para trás o período de prejuízos, e demonstrando rentabilidade, a S&P Global Ratings decidiu melhorar a nota de crédito do banco.

A agência de classificação de riscos informou na quinta-feira, 29 de junho, que elevou o rating de longo prazo na escala nacional de longo prazo de “brAA” para “brAA+”. A perspectiva da nota é estável.

Segundo a S&P, o Nubank vem melhorando seu desempenho desde que atingiu o breakeven em setembro de 2022. O banco fechou 2022 com um lucro ajustado de US$ 185 milhões (R$ 967 milhões) e de US$ 171 milhões (R$ 888 milhões) no primeiro trimestre.

A agência destacou que entre os fatores que viabilizaram a evolução dos resultados do Nubank estão o aumento na margem financeira, o fortalecimento da eficiência operacional e a capacidade do banco de manter suas despesas com provisões de crédito em relativo controle, apesar do maior risco no setor bancário brasileiro desde 2022.

“Com isso, as métricas de rentabilidade da instituição ultrapassaram as de pares avaliados com ratings similares”, diz trecho do relatório. “Ademais, acreditamos que o Nubank continuará apresentando resultados crescentes e acima dos de seus pares ao longo dos próximos anos.”

O ponto da rentabilidade foi tema da temporada de resultados do quarto trimestre, ainda que a conta feita pelo Nubank tenha sido contestada por alguns analistas. No quarto trimestre, o Nubank apresentou um retorno sobre patrimônio (ROE) ajustado e anualizado de 40% nas operações brasileiras. O índice ficou acima do registrado pelas maiores instituições do País, muitas delas prejudicadas na ocasião pelo caso Americanas.

A S&P Global Ratings destacou ainda o crescimento da carteira do Nubank, concomitante à fidelização dos clientes. A carteira de crédito, que inclui um mix de 82% de cartão de crédito e 18% de empréstimo pessoal, mostrou crescimento anual de 62% em dezembro de 2022 e 54% em março deste ano.

“Isso é justificado em grande parte pelo aumento anual de 38% da base de clientes em 2022, dos quais 82% são ativos de acordo com a classificação da instituição financeira”, diz trecho do comunicado.

Nubank na cola dos grandes bancos

Com esta nota, o Nubank vai se aproximando dos bancões. O Bradesco e o Santander Brasil, por exemplo, têm o rating “brAAA” na escala nacional de longo prazo da S&P Global Ratings - o topo na escala de classificação.

A perspectiva estável reflete a intenção de não mudar os ratings do Nubank nos próximos 12 meses. A expectativa é de que o banco continue expandindo e monetizando a base de clientes e continue no processo de diversificação das fontes de receita, fatores que resultarão em melhora gradual dos resultados.

A agência afirmou ainda que, como resultado do IPO em 2021, a estrutura de capital do Nubank permanece robusta para suportar o crescimento do grupo e sua expansão no Brasil e internacional.

“Podemos elevar novamente os ratings caso o Nubank continue melhorando seu nível de rentabilidade de forma sustentável, enquanto continua expandindo com êxito seus negócios, com disciplina na concessão de crédito, diversificação de produtos, métricas de qualidade de ativos estáveis e melhores resultados financeiros em relação ao seus pares avaliados com ratings similares”, diz trecho do comunicado.

Um rebaixamento, por sua vez, ocorrerá se o banco não gerar um fluxo saudável de receitas operacionais e deixar de apresentar desempenho financeiro lucrativo no médio prazo.

As ações do Nubank fecharam o pregão de hoje com queda de 0,13%, a US$ 7,79. No ano, elas acumulam alta de 91,8%, levando o valor de mercado a US$ 36,7 bilhões.