Em meio a queda generalizada das ações de empresas nos Estados Unidos, a maioria dos bilionários observou suas fortunas encolherem em 2022. Mas chama a atenção a magnitude da queda de Elon Musk: US$ 132 bilhões. É verdade que quanto maior o patrimônio, maior o tombo.
O dono da Tesla, da SpaceX e, agora, do Twitter começou 2022 como o homem mais rico do mundo. Mas perdeu o posto para o francês Bernard Arnault, do grupo LVMH, a maior empresa de artigos de luxo do mundo, dono de marcas como Christian Dior, Louis Vuitton, Moët & Chandon e Givenchy.
Arnault, segundo o Bloomberg Index Billionaire, detém uma fortuna estimada em US$ 159 bilhões, mesmo tendo observado um encolhimento de US$ 18,9 bilhões em 2022.
Musk, agora, está em segundo lugar, com uma fortuna estimada em US$ 132 bilhões, ou seja, quase 50% a menos do que o começo deste ano. Entre as 20 pessoas mais ricas do mundo, o dono da Tesla é quem mais perdeu em 2022.
O que explica uma queda de proporções tão grandes? Abaixo algumas explicações para o fato de Musk ter ficado “mais pobre” em 2022:
1 – Queda do valor das ações das empresas de tecnologia
Em um ano em que é difícil encontrar empresas que viram suas ações subirem, os papéis de empresas de tecnologia foram os que mais sofreram na bolsa de valores dos Estados Unidos. Tanto que os bilionários que mais perderam dinheiro estão concentrados neste setor.
Depois de Musk, quem mais perdeu, foi Jeff Bezos, o fundador da Amazon, que viu sua fortuna encolher US$ 88 bilhões. Os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, também observaram seus patrimônios diminuir US$ 44 bilhões cada um em 2022. O cofundador da Microsoft Bill Gates, o quarto mais rico, perdeu US$ 28 bilhões.
A queda acontece em meio a uma correção de valor dos principais ativos de tecnologia e na esteira do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, da guerra da Ucrânia e do fim do efeito da pandemia, que fez os serviços online crescerem de forma acelerada.
2 – O tombo da Tesla
Em meio a correção das ações, a fabricante de carros elétricos Tesla, o principal ativo de Musk, foi um dos que mais sofreu. A companhia, que chegou a valer mais de US$ 1 trilhão em 2022, está hoje avaliada em US$ 357 bilhões. No ano, as ações caem quase 70%.
A queda pode ser explicada por vários motivos. Um deles é a maior competição no setor de carros elétricos. Em especial, por montadoras tradicionais, como as americanas GM e Ford e a alemã Volkswagen. Outra razão é o fato de Musk estar dedicando mais tempo ao Twitter, em uma gestão cheia de polêmicas (mais sobre o tema abaixo).
E, por fim, questões pontuais de mercado, que estão afetando a empresa. A mais recente delas é o fechamento da fábrica da Tesla em Xangai, na China, por conta do crescimento de casos de Covid no país asiático. Nesta terça-feira, 27 de dezembro, os papéis da Tesla estão em queda de mais de 8%.
3 – Twitter
Desde que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, em outubro deste ano, Musk já vendeu US$ 7,4 bilhões em ações da Tesla para financiar a aquisição. A primeira venda aconteceu em novembro, quando se desfez de um lote de US$ 3,9 bilhões. Em dezembro, em uma nova tranche, vendeu US$ 3,5 bilhões.
Segundo o jornal The Wall Street Journal, Musk começou a intensificar as vendas em novembro do ano passado, quando as ações da companhia atingiram o pico. Desde então, já vendeu mais de US$ 39 bilhões
No Twitter, Musk está à frente de uma gestão turbulenta em que demitiu mais da metade dos funcionários, anunciou e voltou atrás de novos recursos e fez uma pesquisa na rede social para decidir se ficaria ou não no comando do negócio.
A maioria dos usuários do Twitter decidiu que Musk deve deixar o comando da empresa. O bilionário diz que vai atrás de um CEO para a rede social.