Quem passa pela região em torno do Museu do Louvre e da Pont Neuf, em Paris, se impressiona com a fachada art-déco revitalizada à beira do Sena, com um belo átrio de vidro e letreiros que dizem: “La Samaritaine”.

É aqui, no prédio da lendária loja de departamentos, reinaugurada em junho após uma espera de 16 anos, que fica o mais novo hotel cinco-estrelas da cidade.

Cheval Blanc Paris abre as portas nesta terça-feira, 7 de setembro, e faz parte do novo império do luxo da LVMH em Paris. Maior conglomerado de marcas premium do mundo, o grupo do bilionário Bernard Arnault comprou a Samaritaine em 2010 e financiou um extenso projeto de renovação que envolveu cerca de 3 mil pessoas, 280 empresas francesas e custou 500 milhões de euros.

Não por acaso. Trata-se de um grandioso monumento histórico cuja origem remonta a 1870 e cuja área compreende 70 mil metros quadrados. naturalmente, uma marca hoteleira tão exclusiva como Cheval Blanc, que pertence à holding, não poderia ficar de fora da ambiciosa empreitada.

Fundada em 2006 pelo LVMH, a coleção possui quatro hotéis boutique únicos dedicados à excelência da hospitalidade francesa em Courchevel, St. Tropez, St. Barths e Ilhas Maldivas.

O 5º hotel da rede tem o design de interiores criado pelo americano Peter Marino, conhecido por assinar a arquitetura e o décor de lojas pelo mundo de marcas como Chanel, Fendi e Dior. “Este hotel tinha de simbolizar o luxo francês”, disse Marino sobre o projeto.

A vista de um dos quartos do Cheval Blanc

Com diárias torno de 1.150 euros, apenas 72 quartos e suítes acomodam em uma atmosfera de uma elegante residência parisiense que mistura elementos contemporâneos e art déco.

As peças de mobília foram customizadas, há trabalhos manuais de franceses tradicionais como Charles Schambourg, expert em couro, e as de obras de arte escolhidas por uma equipe da Fondation Louis Vuitton. Nas paredes, desde obras da francesa avant-garde Sonia Delaunay até do brasileiro Vik Muniz.

Detalhes fazem a diferença no Cheval Blanc, a exemplo dos estilosos uniformes do staff desenhados pela maison Patou e os produtos nos banheiros com fragrâncias elaboradas pela Dior – a marca à frente também do spa do hotel. Outro destaque é o restaurante gastronômico comandado por Arnaud Donckele, chef três estrelas no guia Michelin.

Como se não bastasse, hóspedes têm acesso a um elevador exclusivo que leva à loja de departamentos e suas 600 marcas e 12 restaurantes. Ironicamente, na década de 1930 a Samaritaine ficou famosa por simbolizar o progresso e vender de tudo - de cortinas a materiais elétricos, plantas, livros, vinhos e tiaras de diamantes. Agora, é endereço do alto luxo da moda, beleza, gastronomia e hotelaria em Paris.