O portfólio diversificado, com capital alocado em ativos de alta qualidade e irreplicáveis, junto com uma administração considerada excepcional, deixou o Itaú BBA entusiasmado sobre o que está por vir na Cosan.
Os analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello retomaram a cobertura da holding de Rubens Ometto enxergando acerto nas “escolhas dos cavalos vencedores”, um elogio à capacidade de composição nos ativos com fortes perspectivas de crescimento. O preço-alvo foi estabelecido em R$ 23, representando um potencial de alta de 22,1% em relação ao patamar atual, com recomendação de compra.
“O portfólio atual da Cosan é composto por companhias líderes, que possuem operações consolidadas no setor de energia e que ainda tem o potencial de contribuir para o desenvolvimento de negócios inovadores capazes de catalisar o crescimento da energia renovável no Brasil, ao mesmo tempo assegurando a segurança energética ao longo do caminho”, diz trecho do relatório.
Tendo sob seu guarda chuva marcas como Raízen e Rumo, os analistas destacaram no relatório o avanço da Cosan na parte de distribuição de gás natural por meio da Compass, que planejava realizar um IPO de cerca de R$ 4,4 bilhões em 2019, mas desistiu diante da situação adversa do mercado na ocasião.
Segundo os analistas do Itaú BBA, a Compass é uma das empresas do grupo com potencial de forte crescimento nos próximos anos, em meio ao processo de abertura do mercado de gás no País.
A companhia vem se reforçando em duas frentes para ser bem sucedida na área. Na parte de distribuição, ela detém atualmente participação em 12 distribuidoras, que servem 2,9 milhões de pessoas, gerenciando os negócios através da Comgás e a Commit, joint venture que possui junto com o conglomerado japonês Mitsui.
O plano da Cosan é replicar o modelo da Comgás, que se tornou a maior distribuidora do País, com 18 mil quilômetros de gasodutos, atendendo 2,3 milhões de consumidores em 93 municípios de São Paulo.
Mesmo com o volume de vendas recuando 1% entre 2008 e 2022, a distribuidora apresentou forte crescimento de Ebitda, segundo o Itaú BBA, diante de um bom controle das despesas relacionadas a investimentos e bom mix de margens, ao avançar nos segmentos de clientes residenciais e comerciais.
A nova lei do gás
A segunda frente da Compass destacada pelos analistas é a divisão de marketing e services, que contempla os negócios que têm como objetivo a originação e comercialização do gás natural. Essa tem muito a ganhar com a Nova Lei do Gás, que vai reduzir o peso da Petrobras nesse mercado.
“Através desses dois segmentos, a Compass pretende expandir o acesso ao gás natural, em condições competitivas, através da expansão da infraestrutura doméstica, diversificação de fornecimento e interiorização do gás”, diz trecho do relatório.
Os analistas do Itaú BBA citaram ainda os potenciais para a Moove, empresa de lubrificantes da Cosan. No Brasil, ela é uma das maiores vendedoras do País, com market share de 21,6% nos primeiros cinco meses do ano, ficando atrás apenas da Iconic (joint venture da Ipiranga com a Chevron), com 24%, e acima da Lubrax, da Vibra, com 21,1%.
A Moove também está se internacionalizando. Em maio do ano passado, ela surpreendeu o mercado ao anunciar a aquisição da PetroChoice, segundo maior nome do segmento nos Estados Unidos. Em entrevista ao NeoFeed na ocasião, o CEO da Moove, afirmou que a companhia estava de olho em ativos na Europa.
Por volta das 15h, as ações da Cosan subiam 0,32%, a R$ 19,02. No ano, elas acumulam alta de 11%, levando o valor de mercado a R$ 36 bilhões.