Os maiores bilionários do planeta não precisaram votar em Donald Trump para comemorar com entusiasmo a vitória do candidato republicano na eleição presidencial dos Estados Unidos, ocorrida na terça-feira, 5 de novembro.

A euforia do mercado financeiro após o anúncio do resultado da eleição, na quarta-feira, 6, se encarregou de acrescentar US$ 64 bilhões à fortuna pessoal de oito entre os dez homens mais ricos do mundo, graças à valorização das ações de suas empresas.

Todos os três principais índices do mercado financeiro dos EUA subiram mais de 2,5%, com o Dow Jones adicionando mais de 1.500 pontos. As ações também subiram nesta quinta-feira, 7, mas em menor grau.

De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, os principais ganhadores em uma base percentual de valorização das ações incluíram Elon Musk, da Tesla (10,1%); Larry Ellison, da Oracle (5,4%); e o investidor Warren Buffett (também 5,4%).

Apenas Mark Zuckerberg, da Meta – cujas ações não variaram no dia seguinte à eleição -, e o empresário francês Bernard Arnault, fundador do grupo LVMH, maior conglomerado de produtos de luxo do mundo, que viu as ações recuarem 1,6%, deixaram de faturar com o rali do mercado financeiro.

Apoiador incondicional de Trump, Musk investiu mais de US$ 120 milhões do próprio bolso na campanha do republicano. Numa iniciativa polêmica - que muitos alegaram ser ilegal -, prometeu dar um cheque de US$ 1 milhão a um eleitor registrado, escolhido aleatoriamente em um estado decisivo, nos últimos dias da campanha, se assinasse uma petição criada por seu PAC pró-Trump America.

A estratégia deu certo: Trump ganhou e Musk viu sua riqueza aumentar em US$ 20,9 bilhões na quarta-feira, solidificando ainda mais sua posição como o indivíduo com maior patrimônio líquido do planeta, com quase US$ 286 bilhões.

Os traders estão apostando que Musk e suas empresas, como Tesla e SpaceX, se beneficiarão de laços estreitos com Trump quando o ex-presidente retomar o cargo.

"Em nossa opinião, a Tesla e o CEO Elon Musk são talvez os maiores vencedores do resultado da eleição", disse o analista sênior da CFRA Research, Garrett Nelson, em uma nota divulgada no dia seguinte à eleição.

Larry Ellison declarou apoio em Trump e acrescentou mais US$ 11,7 bilhões à sua fortuna pessoal de US$ 220,8 bilhões com a valorização das ações da Oracle. Já outro bilionário, Buffett, não declarou voto, mas abocanhou US$ 7,6 bilhões em um dia, aumentando sua fortuna para US$ 147,4 bilhões.

A lista dos bilionários que pegaram carona na vitória de Trump inclui Jeff Bezos, da Amazon. Embora não tenha apoiado explicitamente Trump, Bezos impediu o jornal The Washington Post, também de sua propriedade, de declarar apoio a um candidato presidencial dos EUA pela primeira vez em décadas.

A decisão causou uma grande polêmica, levando ao cancelamento da assinatura de 250 mil leitores do jornal, em meio às suspeitas de que Bezos não queria se indispor com Trump caso o veículo anunciasse apoio a Kamala Harris.

O fato é que Bezos acrescentou US$ 7 bilhões à sua fortuna de US$ 223,5 bilhões com o resultado da eleição. Outros bilionários que engordaram a conta pessoal foram os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, com 3,6% da valorização das ações da gigante de tecnologia.

Steve Ballmer, acionista e ex-CEO da Microsoft, também aumentou sua fortuna pessoal em 2%, para US$ 145,9 bilhões. Ele não declarou apoio a nenhum candidato, mas sua esposa doou US$ 300 mil para a campanha da democrata Kamala Harris.