O Softbank sempre trabalhou com números superlativos. Um exemplo é o Vision Fund, lançado em 2017, o maior fundo de venture capital da história que captou US$ 100 bilhões.

Agora, Masayoshi Son, o fundador do Softbank, quer mais 100 bilhões para criar uma empresa do zero que possa rivalizar com a Nvidia, a companhia que fabrica chips e placas que está se beneficiando do boom da inteligência artificial, segundo a Bloomberg.

Apesar de ser uma cifra estratosférica, o valor é até pequeno perto da ambição de Sam Altman, o CEO da OpenAI, a desenvolvedora do ChatGPT, que está buscando entre US$ 5 trilhões e US$ 7 trilhões para remodelar a indústria dos chips por trás do boom da inteligência artificial.

O objetivo de Son é criar uma empresa que desenvolverá soluções baseadas na tecnologia e será complementar à operação da Arm. O financiamento desta empreitada se daria em parte pelo próprio Softbank, que entraria com US$ 30 bilhões. O restante seria obtido junto a investidores do Oriente Médio.

Caso consiga os recursos, esse seria o maior investimento em uma empresa de inteligência artificial desde que a Microsoft aportou US$ 10 bilhões, em janeiro de 2023, na OpenAI.

O Softbank está sentado em cima de um colchão com US$ 41 bilhões, graças ao desempenho da Arm, empresa da qual detém 90%. Com valorização de mais de 60% no valor das ações nos últimos cinco dias (e de 86% desde o começo de 2024), a Arm tem animado o mercado com as perspectivas de aplicar inteligência artificial a chips utilizados em diferentes setores, como automobilismo e servidores em nuvem.

O novo projeto de Son, segundo a Bloomberg, tem o codinome de Izanagi, palavra japonesa que se refere a uma divindade da mitologia local responsável pela criação do mundo e de outros seres divinos.

Os resultados recentes do Softbank explicam também porque Son está olhando com mais atenção para inteligência artificial. Pela primeira vez desde 2022, o grupo japonês reportou lucro trimestral.

Ao que tudo indica, o projeto Izanagi pode ser uma alternativa a outra possibilidade que o Softbank estava sondando: um investimento na OpenAI, segundo informou o Financial Times.

A Bloomberg informou nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, que a OpenAI está buscando investidores para uma nova captação. O radar está voltado para o Oriente Médio, mas a companhia teme que possa haver retaliação de órgãos do governo americano com uma injeção de capital de investidores da região.