Os chamados robotáxis têm sido um dos motores para que o mercado ainda nascente dos carros autônomos ganhe tração. Fundada em 2009, como um projeto do Google, a Waymo saiu na frente nessa corrida. Agora, porém, a empresa começa a ver outros players se aproximarem no retrovisor.
Esse é o caso da Amazon, que, em 2020, ingressou nessa disputa ao desembolsar US$ 1,2 bilhão na aquisição da Zoox. Cinco anos depois, a gigante americana está deixando claro a sua disposição de buscar a dianteira no setor.
O sinal de que a empresa está acelerando a marcha foi dado nesta semana, com a inauguração de uma fábrica da Zoox, em Hayward, na Califórnia. E, particularmente, em um número que acompanhou essa abertura: o plano de alcançar um patamar de produção anual de 10 mil robotáxis na unidade.
Esse volume dá uma boa medida da ambição da startup e da Amazon. Hoje, a Zoox produz apenas um robotáxi por dia. Mas a enorme distância entre a entrega atual e os planos à frente parece não ser uma grande preocupação para a companhia.
“Não precisamos produzir um veículo a cada minuto, porque não estamos vendendo essas coisas”, afirmou Aicha Evans, CEO da Zoox, em recentes entrevistas. Quando alcançar sua capacidade máxima – a startup não deu uma projeção de quando isso acontecerá -, serão produzidos três robotáxis por hora.
Esse novo ritmo se conecta com a velocidade que a companhia começa a imprimir em sua operação. Com algumas dezenas de carros em testes nas ruas desde 2023, a Zoox prepara o lançamento comercial do seu serviço, ainda neste ano. Las Vegas e São Francisco serão os pontos de partida desse roteiro.
Fundada em 2014, a companhia tem a nova fábrica como uma peça fundamental nessa engrenagem. A unidade está instalada em uma área de mais de vinte mil metros quadrados e ocupa um espaço equivalente a três campos e meio de futebol.
A Zoox revelou que, a partir dessa estrutura, planeja operar de 500 a mil robotáxis em cidades de pequeno e médio porte, além de 2 mil veículos em grandes centros. A empresa também projeta que cada carro produzido na instalação deverá rodar por cerca de cinco anos ou 800 mil quilômetros.
O fato é que a startup da Amazon ainda tem chão pela frente para alcançar a Waymo. A empresa da Alphabet opera o único serviço de transporte público e autônomo dos Estados Unidos, em São Francisco, e, nessa trilha, chegou a diversos outros mercados.
A companhia já está presente em cidades como Phoenix, Los Angeles e Austin – essa, em parceria com a Uber, e contabiliza mais de 250 mil viagens pagas por semana. Uma das próximas paradas deve ser Nova York, onde, nesta semana, a Waymo registrou um pedido para começar a testar seus veículos.
Capitalizada por um aporte de US$ 5,6 bilhões anunciado no fim de 2024, a Waymo também está expandindo sua parceria com a Uber. As duas empresas planejam desembarcar, ainda nesse ano, em Atlanta. E, em 2026, em Miami e Washington.
As movimentações da Uber nesse segmento não se restringem à “carona” com a Waymo. A companhia vem costurando outras parcerias no setor. Um desses acordos envolveu a chinesa Momenta, de olho na implantação de serviços de robotáxi na Europa, a partir de 2026.
A empresa tem ainda parcerias com players como a Volkswagen e a May Mobility. Com essa última, a Uber mantém um projeto em colaboração que tem como objetivo lançar um serviço de vans autônomas, em Arlington, no Texas.
Quem também está aquecendo seus motores nessa pista é a Tesla, de Elon Musk. No fim de 2024, a montadora divulgou planos de lançar um serviço de transporte autônomo. O anúncio foi acompanhado, porém, de poucas informações, o que, na oportunidade, não foi bem recebido pelo mercado.
Mais recentemente, a companhia programou, enfim, o lançamento do serviço para este mês de junho, em Austin. Entretanto, nesta semana, um grupo de legisladores do Texas pediu à companhia que adiasse essa estreia até setembro, quando uma nova lei de direção autônoma deve entrar em vigor.