Fundada por Felipe Hatab e Renato Mendes, a 4Equity Media Ventures surgiu para investir em startups no modelo de “media for equity”. Em vez de aportes em dinheiro, a gestora oferece mídia, através de uma rede de parceiros com os quais mantém acordos.
Agora, a 4Equity está indo além de seu modelo tradicional e está fazendo o seu primeiro aporte que envolve dinheiro – e não tem a mídia como moeda de troca. A escolhida foi a startup curitibana Groner, que criou um CRM especializado para o setor de energia solar no Brasil.
“Este investimento marca uma nova fase da 4Equity. É nosso primeiro aporte direto em dinheiro e nossa primeira aposta em uma startup early stage”, diz Hatab, ao NeoFeed.
A estratégia é investir dinheiro em startups que fazem parte do ecossistema de comunicação e marketing, área de expertise dos fundadores da 4Equity. Antes da Groner, a gestora fez uma espécie de MVP (Minimum Viable Product) com as startups Solomon e Hiperfy.
O caso da Groner, no entanto, de acordo com Hatab, é em uma escala maior. Além de envolver dinheiro, cujo valor não é revelado, o aporte acrescenta também “consulting for equity” e uma opção de aumentar a fatia em próximas rodadas. “Posso dizer que a nossa participação é bastante relevante, é um duplo dígito”, afirma Hatab.
A Groner, que tem pouco mais de um ano, foi fundada a partir de uma dor que Beatriz Macchi, que atuava com vendas e marketing, identificou. Com clientes do ramo de energia solar, ela observou que eles demoravam sete dias para fazer uma proposta de venda.
Foi então que ela, em conjunto Ronaldo Asevedo e Rodrigo Scheliga, automatizou esse processo, que passou de sete dias para dois minutos. Assim surgiu a Groner, que, aos poucos, evoluiu para um CRM com foco em um mercado potencial de 25 mil empresas integradoras que atuam com energia solar.
“De um gerador de propostas, vimos que não bastava apenas vender muito. Era preciso entregar e garantir a solução do problema. Então, passamos a endereçar outras dores. Com isso, viramos uma plataforma”, diz Macchi, que é a CEO da Groner.
Em pouco mais de um ano, o CRM da Groner conta com mais de 5 mil usuários ativos – incluindo grandes players como Fortlev e Weg. Pela plataforma passaram, em 2024, mais de 640 mil propostas, com R$ 2 bilhões em vendas fechadas.

O aporte da 4Equity vai ajudar a acelerar esse crescimento. O plano envolve também desenvolver novas frentes de negócios, como parcerias com bancos para facilitação de linhas de crédito aos integradores.
“Tivemos R$ 150 bilhões de propostas geradas na plataforma. Mas só movimentamos R$ 2 bilhões, tudo por conta de crédito não aprovado”, diz Macchi. “Vamos ter um hub de crédito para esse integrador, com vários bancos e financeiras. Essa é nossa principal meta.”
A 4Equity vai ajudar a Groner também em sua estratégia de marketing nessa nova fase, algo que a gestora já faz em sua estratégia principal, que já conta com 13 aportes.
Em negócios de “media for equity”, a 4Equity tem como foco startups que já captaram a série A. Hoje, fazem parte do portfólio da gestora empresas como BrandLovers, Rhino, Justos, Buser, Digitra, Finanzero, Uncover, Cannect, Daki, B4A, Shopper e Azos.
A gestora criou também uma aceleradora em que troca consultoria por participação nas startups. Nesse caso, são seis empresas que estão nessa modalidade: Neobankless, Analyster.ai, Advolve, Start, Vanq e OverClock.
Os aportes em dinheiro serão feitos com capital da própria gestora. De acordo com Hatab, ele já negocia três outras rodadas nessa linha.