Desde que foi criada, em 2019, a startup brasileira Fintalk ganhou espaço no mercado financeiro, conquistando clientes como Avenue, Bradescard e Stone com uma solução que permite conversas por voz via inteligência artificial.
Agora, a Fintalk quer avançar no varejo com um aporte da HiPartners, fundo especializado em retail tech que tem como sócios Walter Sabini Junior, Eduardo Terra, Alberto Serrentino e Germán Quiroga.
“Eles trazem uma expertise e uma penetração no varejo que não temos. O meu background é do mercado financeiro e de serviços”, afirma Luiz Lobo, fundador e CEO da Fintalk, ao NeoFeed, um executivo com passagens por Sky, Stone, NET e Unibanco.
A HiPartners, que está fazendo um investimento de R$ 6 milhões, conta com uma base de mais de 80 investidores. Além dos sócios, que são especializados em varejo, os investidores são empresários como Sergio Zimerman, fundador da Petz, Eugênio De Zagottis, membro do conselho da RD Saúde, e Gabriela Baumgart, sócia do Grupo Baumgart, entre outros.
A Fintalk desenvolveu uma solução de inteligência artificial que permite conversas por voz, com uso de inteligência artificial, no WhatsApp, Instagram, telefone ou dentro do próprio site da empresa. Além disso, consegue entender a maneira como o brasileiro fala e entende gírias e regionalismos. “O Brasil das ruas fala 'brasileirês' e é prolixo”, afirma Lobo.
A solução foi desenvolvida sobre algumas premissas. A primeira delas é a de que é “voice first” (apesar de o consumidor poder teclar). A segunda é a segurança, pois surgiu para o mercado financeiro. E a terceira é que se conecta com sistemas tecnológicos legados para que possa ser implementada rapidamente.
A startup brasileira conta com um modelo de linguagem próprio, chamado “task language model”, mas está conectada a todos os LLMs do mercado. Com dezenas de milhões de usuários atendidos, e milhões de transações diárias, oferece soluções como agentes de IA para atendimento, vendas e cobrança.
“O conversacional do IA está crescendo demais. O modelo de SaaS (software as a service) vai ter mais acesso por voz do que por teclar. Essa é uma tendência global e a Fintalk está na frente dos concorrentes”, afirma Sabini Junior, da HiPartners.
O modelo de negócio da Fintalk pode ser uma cobrança via atendimento, como acontece com os call centers tradicionais, por usuário único ou por transação. “Tenho clientes em todas as modalidades”, diz Lobo.
A rede varejista C&A e a farmacêutica Cimed são alguns dos clientes da área de varejo. Mas o plano da Fintalk, com o apoio da HiPartners, é crescer sua penetração neste segmento. No total, a startup conta com 15 clientes.
Esse é o segundo cheque institucional da Fintalk. A startup recebeu também investimento do fundo Revolution, da Oasis Ventures, que tem o empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann como um dos cotistas.
Com a Fintalk, a HiPartners chega ao seu sétimo investimento. O portfólio inclui Nexaas, BornLogic, Looqbox, Payface, Aravita e Food to Save.