Ao longo de 2024, a MSW Capital, gestora de fundos multicorporativos, dedicou o seu tempo em 2024 para gerir seu portfólio de 11 startups e fez apenas dois investimentos.

Agora, com o tanque cheio com R$ 80 milhões dos fundos BB Ventures, corporate venture capital (CVC) do Banco do Brasil, e do MSW MultiCorp 2, que conta com Embraer, BB Seguros, Moura Baterias e Age-Rio como cotistas, a MSW Capital acredita que chegou a hora de acelerar de novo.

“Em 2023, os dois fundos nos deram um bolso cheio em um momento de escassez do mercado”, diz Richard Zeiger, sócio da MSW Capital. “Em 2024, sentimos a necessidade de olhar para o portfólio de forma mais ampla, trabalhando a gestão dessas startups, sem focar em novas empresas para o portfólio. 2025 será completamente diferente”.

O plano da MWS Capital é investir em até oito startups, quase dobrando o tamanho de seu portfólio. O "pit stop" nos investimentos foi impulsionado não só por uma atitude mais conservadora, como também pelo custo de dinheiro (juros altos) e menor aptidão ao risco por parte do mercado

Mesmo assim, a MSW Capital investiu na IDGeo, startup que utiliza imagens de satélite para monitorar e analisar áreas de plantação no país, e na NexAtlas, de soluções para planejamento de voos e navegação aérea.

Agora, mesmo com um cenário macro ainda desafiador, a gestora sente um crescimento da confiança das corporações com as quais atua, que se mostram cada vez mais engajadas com os segmentos de inovação que podem explorar no mercado.

Assim, com foco em rodadas seed e Série A, e cheques em torno de R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, a MSW Capital está em busca de empresas que gerem transformação em segmentos como energia, agronegócio e autonomia. Esse último inclui setores como aeroespacial, robotização e navegação. Meios de pagamento e inovação no setor financeiro também interessam à gestora.

“Nós sempre estamos à procura de negócios nos quais o Brasil é líder ou pode se tornar líder nos próximos anos”, diz Moises Swirski, também sócio da gestora. “Ao olhar para a startup, nós precisamos ter a visão de que amanhã ela pode se tornar uma empresa global."

Os sócios afirmam que algumas startups do portfólio da MSW já estão atingindo essa escala. Um dos exemplos é a Speedbird Aero, que fabrica e opera plataformas de logística de drones. Hoje, a companhia já tem projetos na Europa, nos Estados Unidos e em Cingapura, exportando essa tecnologia brasileira.

Na visão deles, esse desempenho mostra também aos bons empreendedores, que estão do outro lado do balcão buscando por investimentos, que ter grandes corporações em seu quadro de sócios é uma vantagem competitiva.

“Cada um dos investimentos que nós fazemos passa por um escrutínio de ao menos quatro executivos especialistas naquele segmento, com o propósito de entender como aquela corporação pode ajudar a startup a crescer, o que é absolutamente positivo para essa empresa”, afirma Zeiger.

Com essas métricas, a gestora está expandindo também o seu fundo MultiCorp 2, trazendo novos cotistas nos próximos meses, que estão em busca de expandir seus programas de inovação. Com isso, a MSW espera completar esse veículo, que ainda tem R$ 50 milhões disponíveis.

“Ainda existem muitas corporações que estão atrás de gestores para liderar os seus fundos e nós acreditamos que esse ano será propício para esses movimentos. Nós esperamos conquistar alguns desses negócios”, diz Zeiger.

Assim que fechar a captação do MultiCorp 2, a gestora também avalia lançar um terceiro fundo, mas não tem nada definido para esse próximo passo até o momento.