“Nosso objetivo não é apenas preencher cheques. É depositar ideias”. A frase de efeito em questão é destacada no manifesto da Ribbit Capital, empresa de capital de risco fundada em 2012, pelo venezuelano Meyer “Mickey” Malka e investiu Nubank, Cora, Gorila, Stark Bank, QuintoAndar, Onze e Conta Azul no Brasil.

Discursos à parte, a companhia se consolidou como um dos principais nomes do Vale do Silício quando o tema em pauta são os investimentos em fintechs. Em 11 anos de atuação, a gestora contabiliza mais de 200 aportes e 16 saídas  no setor.

Agora, a Ribbit Capital está levantando novos recursos para ampliar essa conta. Segundo informação publicada pelo The Information, a empresa acaba de captar US$ 800 milhões para o seu décimo fundo de investimentos.

O valor é expressivo, mas é mais um exemplo do contexto atual de um saldo mais restrito para atrair recursos na indústria de capital de risco. Para efeito de comparação, no início de 2022, a própria Ribitt captou US$ 1,15 bilhão, contra um montante inicialmente previsto de US$ 750 milhões.

Outras captações recentes de gestoras de renome engrossam esse caldo. No início desta semana, a também americana Coatue Management, que já investiu em empresas como Spotify e ByteDance, levantou US$ 331 milhões para um fundo de early stage, uma cifra 34% inferior à sua meta inicial.

Um mês antes, quem também ficou bem distante da cifra que projetava foi a Tiger Global Management, ao arrecadar US$ 2,7 bilhões para um novo fundo. O montante é 55% menor do que o volume estimado inicialmente e 79% inferior ao veículo anterior estruturado pela gestora no início de 2022.

Antes desse período mais desafiador, com mais liquidez no mercado, a Ribbit Capital não economizou nos “cheques e depósitos” para ampliar o seu portfólio.

Entre outros nomes, muitos deles também com dificuldades nos últimos tempos, a gestora já investiu em empresas como a Coinbase, Robinhood e Brex, essa última, fundada pelos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi.