O desempenho recente da B3 como plataforma de negociação de ativos não está animando os analistas do Itaú BBA. Em relatório, o banco de investimento rebaixou a ação para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 17 para R$ 16 para o ano de 2024 - o papel está negociando em torno de R$ 13.
A análise é de que há um adiamento na recuperação do volume de negociação devido às condições ainda adversas para os fundos de hedge e equity e pela volatilidade do fluxo internacional. As novas estimativas da B3 apontam para uma queda de 3% no lucro para 2024, que deve fechar em R$ 4,9 bilhões.
A redução está ligada aos resultados do último trimestre. A projeção é de queda de 10% no lucro para R$ 965 milhões. “Vemos agora a empresa negociando a um P/L de 15,6x para 2024, o que não é uma pechincha”, aponta o documento. O valuation atual está em R$ 74,7 bilhões.
Enquanto está pessimista com a B3, o Itaú BBA coloca o setor bancário na outra ponta. O banco de investimentos projeta que o BTG Pactual será o destaque do quatro trimestre de 2023 e que também irá “crescer mais rapidamente este ano e que seja menos dependente do mercado acionário”.
A projeção é de crescimento de 22% nos lucros do BTG em 2024 e um aumento do retorno sobre o patrimônio (ROE) acima de 23% no ano. “Esperamos que o crescimento da carteira de empréstimos aumente apoiado por um elevado ratio de capital e liquidez”, informa o documento.
Nubank e Banco do Brasil também estão em destaque no Itaú BBA. O banco digital, agora comandado por Livia Chanes no Brasil, já vinha sendo destaque no Itaú BBA em outros relatórios. Agora, a projeção é de lucro líquido para US$ 390 milhões no último trimestre – mais do que o triplo dos US$ 113 milhões do quarto trimestre de 2022. O valor de mercado atual é de US$ 44,6 bilhões. As ações subiram 17% no último ano.
Em relação ao Banco do Brasil, a projeção do Itaú BBA é de lucro líquido em torno de R$ 9,1 bilhões, ligeiramente maior do que os R$ 9 bilhões registrados em 2022. Avaliado em R$ 162,2 bilhões, o BB acumula alta de 39% em suas ações nos últimos doze meses.
O Bradesco não gera tanto otimismo nos analistas do BBA. Eles apontam que os resultados devem ser mais modestos "assim como as expectativas" e com guidance mais conservador devido a “fase de transição do banco com regresso gradual de linhas de crédito de maior rendimento, como varejo e PME, um foco nos rendimentos mais elevados e esforços de controle de custos nos serviços convencionais”.
As ações do banco, agora liderado por Marcelo Noronha, subiram pouco mais de 10% nos últimos doze meses. O valor de mercado atual é de R$ 156,7 bilhões.
O Santander, por sua vez, gerou expectativas mistas no Itaú BBA. Há redução nas projeções para o trimestre para R$ 2,8 bilhões de lucro à medida que as despesas com provisões “continuam a pesar”. No entanto, o Itaú BBA aponta que as ações estão com preço justo.
No último ano, os papéis do banco que tem valor de mercado de US$ 44 bilhões tiveram alta inferior a 1%.