Lucas Moraes, membro da quinta geração da família fundadora do Grupo Votorantim e um dos principais pilotos da nova geração de Rally brasileira, está virando sócio da holding esportiva OutField, que foi fundada por Pedro Oliveira e Lucas de Paula.
Ele está comprando uma fatia minoritária não revelada da empresa, que também tem como sócia a gestora Spectra, e atende empresas como a New Balance, Unilever, Banco BMG, Flamengo, São Paulo FC, Red Bull Bragantino, NBA e Ironman Brasil.
Além disso, a OutField tem investimentos em mais de 10 empresas destes setores, dois clubes de futebol (SAFs) e faz a gestão de fundos de investimento com mais de R$ 500 milhões sob gestão.
“Sempre tive um desejo de tentar conectar as minhas duas paixões, que são tecnologia e esporte”, afirma Moraes, ao NeoFeed. “E, por um amigo em comum, conheci a OutField, que me impressionou com a capacidade de conectar finanças, tecnologia e esporte, de uma forma que eu nunca tinha visto. Isso foi o que me motivou a investir na holding”.
Moraes, que é filho de Marcos Ermírio de Moraes, já foi campeão do Rally dos Sertões e ficou na terceira posição do Dakar 2024, feito inédito para um brasileiro no campeonato comparável à Fórmula 1 na categoria de rallys. Para 2025, o atleta já renovou seu contrato com a equipe Toyota Gazoo Racing, com a qual espera ganhar o primeiro título do Dakar.
Na faceta de empreendedor, Moraes foi um dos fundadores da startup de inteligência artificial para planejamento de gastos, a Olivia. Criada em 2016 nos Estados Unidos, ao lado do cofundador Cristiano Oliveira, a startup chegou ao Brasil em 2019. Em dois anos, a companhia avaliada em mais de R$ 200 milhões, foi vendida para o Nubank.
Com nove anos de experiência no mercado, a OutField Holding é formada por uma gestora de fundos com foco no esporte, aliada a uma boutique de consultoria estratégica e M&A e uma agência de comunicação.
“Muito do nosso desafio do lado da gestora é atrair capital do mercado tradicional, mostrando que o segmento de esportes está evoluindo, amadurecendo e se tornando um ativo cada vez mais seguro para os investidores”, afirma Pedro Oliveira, fundador da OutField.
A negociação mais recente da companhia foi a estruturação do fundo de reorganização financeira do São Paulo Futebol Clube, realizado em parceria com a Galapagos Capital.
De acordo com Oliveira, a gestora sempre teve a pretensão de trazer atletas para o time, seguindo os moldes do que acontecesse fora do país com nomes como Tom Brady e Lebron James, para eles pudessem reinvestir no setor.
“O Lucas chega exatamente para isso e demonstra que ele, como atleta de alto nível, entende a importância de participar como investidor desse mercado, o que vai além do dinheiro”, diz o sócio da OutField.
Em relação a estrutura da empresa, Oliveira afirma que a OutField não tem um board estruturado, mas que Moraes participará das decisões tomadas daqui para frente. Moraes, por sua vez, se define como um “investidor curioso”, que está disposto a aprender mais sobre o mercado.
“O meu desejo com o investimento é ajudar o ecossistema que eu já participei como empreendedor, fazendo com que ele tenha força para se manter e crescer nos próximos anos, dentro de um segmento tão importante quanto o de esportes”, diz Moraes.
Com a sua chegada, a OutField espera expandir seus negócios para outros esportes, indo além do futebol, que tem sido o core business nos últimos anos, com 60% dos projetos voltados para o esporte. Com Moraes, a empresa mira modalidades de nicho como automobilismo, tênis e triathlon.
Para tirar esse projeto do papel, a companhia conta com dois fundos, o OTF Capital e o OTF Capital 2, voltados para suportar empresas do segmento de esportes. Os fundos já investem em 10 startups do setor.
No início de 2024, a Spectra, gestora com mais de R$ 7 bilhões em ativos, deu suporte para o lançamento do OTF Capital 2, com o investimento de R$ 50 milhões. Para 2025, OutField está anunciando uma nova captação de R$ 25 milhões em capital para o mesmo fundo, podendo chegar a até R$ 50 milhões ao fim do ano.
“Com essa nova captação, queremos aumentar o número de investidas do OutField Capital 2, passando de quatro empresas para dez até o fim do ano”, afirma Oliveira. “Nós já temos diversas empresas bacanas no pipeline que giram em torno de tecnologias para a indústria e também de eventos e ligas do setor de esportes, então agora só falta tomar as decisões”.