A Ebury, fintech inglesa que tem o Santander como principal acionista, deu seu passo mais ousado no mercado brasileiro com a compra do Bexs, banco que atua com câmbio e pagamentos digitais, em 2022.
Três anos depois, a fintech que ganhou mercado na Europa por facilitar transferência internacionais para pequenas e médias empresas, está "importando" dois executivos de fora para comandar a operação brasileira e tentar dar um salto no mercado brasileiro.
São eles Jose Esteban, que vai ser o CEO da operação brasileira, e David Brito, o country manager. A dupla substitui a Claudia Bortoletto, executiva com passagem pelo Citi e Santander, que ficou apenas nove meses no cargo de CEO.
Juntos, Esteban e Brito têm a missão de quadruplicar o número de clientes no País nos próximos dois anos. Atualmente, a empresa conta com mil empresas em sua base, grande parte absorvida após a compra do Bexs. A meta é atingir 4 mil clientes até 2027.
Os dois executivos já faziam parte da operação global da Ebury e tem larga experiência no mercado financeiro. Esteban, por exemplo, teve passagens por instituições como BNP Paribas e Deutsche Bank e ocupou a cadeira de CFO na Ebury global por quatro anos.
Brito, por sua vez, tem origem portuguesa e trabalhou no Barclays até ser chamado para liderar a chegada do Ebury em Portugal, onde também trabalhou como country manager.
“No último ano, o nosso foco foi trazer a cultura da empresa para o Brasil e integrar o sistema internacional aos serviços nacionais, algo que é o nosso diferencial e ainda está em processo”, afirma Esteban em entrevista ao NeoFeed.
“Agora, estamos preparados para expandir a nossa presença no País, que depende tanto de operações de cross border e câmbio nos negócios de suas empresas”, complementa.
Atualmente, a maioria dos clientes da Ebury é atendida por meio da conta internacional, que permite movimentar mais de 45 moedas integradas na plataforma. Com ela, é possível fazer negócios com países como a China e receber os valores diretamente em moeda local.
Com esses serviços, o Brasil é responsável por 10% da receita global da empresa, que atingiu £ 220,6 milhões (cerca de R$ 1,64 bilhão) no último ano fiscal. A expectativa é que, com a chegada de novas soluções voltadas para pagamentos, com a vertical Ebury Connect, essa fatia passe para 20%.
“Com essa plataforma, estamos trabalhando para atingir o maior número de clientes no Brasil, mas também queremos alavancar consumidores internacionais que buscam fazer negócios com empresas brasileiras, algo que ainda não estava sendo explorado por aqui”, diz Esteban.
Com a operação “core”, sem contar com a Ebury Connect, o foco da empresa está em setores como o agrícola, de importação e também em empresas multinacionais. Porém, com as novas soluções, o leque da companhia se abre para clientes como Spotify, TikTok e outros gigantes que precisam processar pagamentos em reais, ou em sua moeda local, para pessoas físicas.
“O Brasil está cada vez mais plugado no comércio internacional e esse crescimento de procura faz parte da nossa estratégia e é visto como uma grande oportunidade para o negócio da Ebury no Brasil”, afirma Brito.