Durou pouco a "alegria" da Apple: depois de reabrir boa parte de suas lojas nos Estados Unidos, a companhia liderada por Tim Cook já planeja fechar, novamente, algumas de suas unidades.
Na quinta-feira, 25 de junho, a companhia informou que vai baixas as portas de 14 unidades na Florida. Antes disso, a Apple havia fechado 18 lojas em cinco estados americanos.
A atitude da Apple mostra o quão difícil é retomar as atividades econômicas em meio a pandemia da Covid-19. À medida que regras de isolamento social são afrouxadas, lojas reabrem. Mas o aumento de novos casos faz muitos Estados e negócios darem um passo atrás.
É o que muitos chamam de a segunda onda da Covid-19. E, diante desse cenário, muitas empresas ficam no abre e fecha ou, como o caso da Disney, mudam seus planos de reabertura.
A companhia do Mickey Mouse, com operações na Califórnia e na Flórida, pretendia reabrir as portas de seus hotéis e parques no dia 17 de julho, mas atendeu à pressão de seus funcionários e cancelou a volta das atividades.
Uma força sindical representando 32 mil profissionais ligados à Disney encaminhou uma carta ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, falando que "apesar das intensas conversas com a empresa, não estão convencidos de que seria seguro retomar as operações dos parques num período tão curto".
A Disney não revelou uma nova data para a reabertura das suas estruturas, fechadas desde 13 de março na Califórnia. Além disso, diante das incertezas sobre a volta das operações das salas de cinema, a companhia admitiu que está considerando adiar a estreia do filme "Mulan", agendada para 24 de julho.
Trilhando caminho parecido, outros parques de diversão também devem ter suas reaberturas postergadas. Até agora, Universal Studios Hollywood, Six Flags Magic Mountain, Legoland California e SeaWorld San Diego tinham a esperança de retomar as atividades no dia 4 de julho – feriado do dia da independência americana.
Todas as empresas submeteram ao governo planos para voltar a operar de forma segura, mas nenhuma recebeu, ainda, o aval estatal. Mesmo com a aprovação, implementar todas as medidas e se adequar à realidade proposta pode levar entre duas e quatro semanas.
Esse movimento "ioiô", de abre e fecha de comércios e de mudança de planos, é reflexo do avanço dos casos do novo coronavírus nos Estados Unidos. O governo acredita que 20 milhões de pessoas tenham contraído a doença, um número maior que a contagem oficial.
No estado da Califórnia, o mais populoso do país, sete mil novos diagnósticos positivos foram confirmados apenas na última quarta-feira, 24 de junho, um recorde.
Para evitar roteiro semelhante, o estado do Texas, o segundo mais populoso do país, suspendeu por prazo indeterminado as diretrizes para a reabertura da economia.
Em Nova York, o governador Andrew Cuomo também declarou que vai postergar a volta de shoppings, cinemas e academias até que o Departamento Estadual da Saúde tenha mais informações sobre a transmissão do vírus em ambientes fechados.
Além disso, Nova York, New Jersey e Connecticut colocaram em vigor medidas para a imposição de quarentena até para viajantes domésticos. Pessoas que embarcam do Texas, da Flórida e do Arizona, regiões bastante afetadas pela pandemia nas últimas semanas, terão de se isolar por um período de 14 dias.
O governador de Nevada, onde fica Las Vegas, não foi tão duro, mas tornou obrigatório o uso de máscaras em lugares públicos. A partir desta sexta-feira, 26 de junho, quem quiser apostar nas jogatinas de Las Vegas vai ter que obedecer às regras e cobrir boca e nariz.
A ideia de implementar novas regras e revogar outras é uma tentativa de conter o avanço da doença no país. Segundo um levantamento do The New York Times, mais de 35 mil casos do novo coronavírus foram identificados apenas na terça, 23 de junho, a maior margem diária desde abril e a terceira maior de toda a pandemia.
Como efeito colateral, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou sua previsão de desaceleração da economia global. Agora espera uma retração de 4,9%, não mais os 3% calculados em abril.
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