Em janeiro deste ano, durante um encontro virtual do Fórum Econômico Mundial, um grupo de bilionários e milionários divulgou uma carta aberta ressaltando que as pessoas mais ricas do mundo não estavam pagando sua parte na recuperação econômica pós-Covid-19.

“Forcem-nos a pagar mais impostos”, dizia o documento escrito pelo grupo, que tinha entre seus integrantes Abigail Disney, herdeira do grupo Disney. Dois meses depois, esse pedido pode começar a ser atendido, ao menos nos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, ao apresentar seu projeto de orçamento para 2023, o presidente americano Joe Biden registrou uma proposta para aumentar os impostos dos americanos com renda superior a US$ 100 milhões. Além da renda tradicional, a proposta inclui a taxação dos ganhos com títulos e ações.

Um levantamento realizado pelo pesquisador Gabriel Zucman e citado em reportagem do site americano Business Insider estima qual seria o valor dessa mordida para as principais fortunas do país, a começar por Elon Musk, hoje, o homem mais rico do mundo, com um patrimônio de US$ 256 bilhões.

No topo também desse ranking, a partir de dados compilados no Bloomberg Billionaire Index, Musk pagaria US$ 50 bilhões em impostos. Jeff Bezos, da Amazon, vem logo atrás, com uma alíquota de US$ 35 bilhões.

A lista traz ainda o investidor Warren Buffett, com US$ 26 bilhões; a dupla de fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, com US$ 22 bilhões e US$ 21 bilhões, respectivamente; Larry Ellison, da Oracle, com US$ 17 bilhões; Mark Zuckerberg, da Meta com US$ 16 bilhões; e Bill Gates, com US$ 11 bilhões.

Nos cálculos da Casa Branca, caso seja aprovada, a medida garantiria que 0,01% das famílias mais ricas paguem pelo menos 20% de suas rendas totais em impostos.

O governo de Biden projeta ainda que o imposto em questão poderia gerar US$ 360 bilhões em arrecadação na próxima década e que metade desse montante viria de famílias com patrimônio acima de US$ 1 bilhão.

Entretanto, para concretizar esses números, o imposto precisará obter o sinal verde do Congresso americano e superar um histórico de vetos a projetos com a mesma finalidade. Boa parte dessas tentativas foram frustradas por congressistas democratas, colegas de partido de Biden.