Se a Amazon está a todo vapor para impulsionar sua operação nos Estados Unidos e na Europa para além do e-commerce, na Ásia é o Alibaba que tenta repetir o feito. E para isso a gigante chinesa está reforçando a aposta numa vertente que também já foi explorada pela companhia americana: os supermercados.

Segundo a agência Reuters, a empresa pretende levantar entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões para intensificar a operação da Freshippo (ou Hema), sua divisão de supermercados. O valor ainda não está fechado, mas sabe-se que a companhia procura levantar capital para uma avaliação próxima de US$ 6 bilhões para a unidade.

O montante é inferior ao valuation de US$ 10 bilhões que o Alibaba esperava para o negócio após o aporte. A subvalorização está relacionada ao momento do mercado, mais restrito para captações. A fintech europeia Klarna, por exemplo, viu sua avaliação privada despencar de US$ 46 bilhões para US$ 6,5 bilhões.

Além disso, há certa cautela entre os investidores sobre a própria operação da Hema, que ainda é deficitária. A China vive um momento delicado no que diz respeito ao combate contra a pandemia da Covid-19. As políticas mais rigorosas do governo chinês incluem lockdowns, o que atrapalharia o crescimento de um negócio físico.

Fundada em 2015, a operação da Freshippo conta com mais de 300 unidades espalhadas em 27 cidades da China. Somente a cidade de Xangai, que vive sob duas restrições do governo chinês, concentra 73 lojas.

O diferencial da rede é que todas as unidades permitem que as compras sejam feitas tanto presencialmente como pelo aplicativo. Nesse segundo caso, os alimentos são entregues em até 30 minutos para consumidores que estejam em um raio de até 3 quilômetros das unidades.

Ainda não está claro como o Alibaba pretende usar os recursos a serem captados com investidores. A companhia já anunciou, porém, que está construindo um centro de distribuição de 150 mil metros quadrados na cidade de Wuhan, na região central da China.

Mais detalhes devem ser revelados nos próximos meses, já que, segundo a Reuters, a captação ainda está longe de ser finalizada. Uma das fontes entrevistadas pela agência de notícias informou que a empresa tem um fluxo de caixa saudável e não está sob pressão imediata para levantar fundos.

O Alibaba não detalha dados sobre a participação da operação de supermercados em seu faturamento. No último balanço divulgado, referente ao primeiro trimestre de 2022, a companhia reportou um crescimento de 9% na receita, para US$ 32,2 bilhões.