Califórnia - A dieta vegana parece estar agradando o paladar de grandes corretoras e analistas de Wall Street, cujo apetite cresce junto com as ações da Beyond Meat, a primeira empresa do segmento a colocar suas ações na bolsa de valores.

Em seu primeiro relatório trimestral desde a abertura de capital, a companhia famosa pelos hambúrgueres que têm gosto e textura de proteína animal, mas são baseados em plantas, viu suas ações dispararem quase 40%, fechando cotadas a US$ 138,65, nesta sexta-feira.

Essa alta surpreendente das ações é reflexo direto dos bons resultados da empresa. O faturamento saltou 215%, para US$ 40,2 milhões. Além disso, a declaração de que a Beyond Meat tem capacidade para abastecer uma rede de fast-food com seus produtos veganos fez o apetite dos investidores ficar ainda mais aguçado.

Destrinchando os números, vemos que a receita de varejo subiu 111%, para US$ 19,6 milhões, enquanto as vendas para restaurantes e afins subiu 491%, para US$ 20,6 milhões.

Segundo nova previsão da empresa, a receita total para o ano é de US$ 210 milhões, superior aos US$ 205 milhões, como havia sido calculado antes. Mas o CEO da empresa, Ethan Brown, afirmou em teleconferência com analistas que os dados “são muito conservadores” e devem ser considerados “como um piso.”

O novo guidance da Beyond Meat não inclui os testes que estão acontecendo com as redes de fast-food Tim Hortons, Del Talco e Carl’s Jr. Soma-se ao fato que o McDonald's e o KFC declararem que pretendem testar carnes veganas em seus cardápios nesse ano.

Tudo isso trouxe otimismo às corretoras e analistas, que reavaliaram suas projeções. O Credit Suisse elevou o preço de US$ 70 para US$ 125, citando o crescente interesse de redes de restaurantes e de fast-food. O JPMorgan seguiu caminho parecido e reajustou o preço de US$ 97 para US$ 120.

A Beyond Meat abriu seu capital no começo de maio. As ações começaram cotadas a US$ 25. No primeiro dia, elas se valorizaram-se 140%. Quem entrou na IPO da empresa viu seu investimento se valorizar incríveis 644%. Hoje, a companhia vale US$ 7,7 bilhões.

Há quem, por outro lado, prefira adotar uma postura mais conservadora, alegando que a capacidade de produção da empresa talvez não esteja compassada com a demanda. Brown, o CEO da Beyond Meat, declarou que "não reconhece nenhum obstáculo" neste sentido.

Apesar desse otimismo do CEO da Beyond Meat, a concorrência cresce a cada dia no setor de “carnes” veganas. A rede de fast-food Burger King lançou um produto com a rival Impossible Food. A gigante suíça Nestlé também está competindo nessa área. Na América Latina, a chilena Not Company conta com o apoio do fundo Kaszek Ventures e recebeu aporte de um fundo de Jeff Bezos, o CEO e fundador da Amazon.

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