O fundador e CEO da gestora Pershing Square Capital Management, Bill Ackman, fez uma aposta de US$ 27 milhões que lhe rendeu US$ 2,6 bilhões em março deste ano. Oito meses depois, ele está apostando de novo que as empresas terão dificuldade para pagar suas dívidas.

Durante a conferência Dealmakers, organizada pelo jornal britânico Financial Times, Ackman disse aos participantes que os mercados, mais uma vez, se tornaram complacentes demais com o coronavírus.

No início desta semana, Ackman fez uma nova operação protegendo sua exposição a ações com seguro contra inadimplência corporativa, disse ele.

Em fevereiro deste ano, Ackman se antecipou à queda das bolsas e investiu US$ 27 milhões em papéis de proteção contra calote (chamados de credit default swaps, ou CDS) e em índices de proteção contra calote de alto rendimento.

“Espero que percamos dinheiro com esse hedge”, disse Ackman. “O que é fascinante é que a mesma aposta que fizemos oito meses atrás está disponível nos mesmos termos, como se nunca tivesse ocorrido um incêndio.”

Ackman disse que o novo hedge é de 30% da posição original da aposta que ele fez no fim de fevereiro. Na época, o investidor bilionário previu que os governos seriam forçados a fechar grande parte de suas economias para conter a disseminação do coronavírus, deixando expostas muitas empresas endividadas.

Quando isso rapidamente se provou correto, o valor do seguro disparou e a Pershing Square, que tem US$ 10 bilhões de ativos sob gestão, saiu do mercado em meados de março, embolsando o lucro bilionário.

O fundador do Pershing Square optou por reinvestir os ganhos em ações, aumentando várias participações da Pershing Square e adquirindo novas posições. A ideia era preparar a empresa para lucrar com a alta do mercado de ações, quando os mercados se recuperassem.

Na época, ele ampliou as participações no grupo de hotelaria Hilton e na Restaurant Brands, dona do Burger King e do Popeye’s e que tem entre seus acionistas a 3G Capital, do brasileiro Jorge Paulo Lemann. E voltou a investir na Starbucks, depois de se desfazer das ações da empresa em fevereiro.

Ackman, apesar dessa nova aposta, disse que continua otimista com a economia no longo prazo. Para ele, é provável que haja uma "recuperação robusta", mas ele previu que os próximos meses serão "um momento desafiador".

A Pershing Square fez sua nova aposta contra o crédito corporativo no dia em que a Pfizer e a BioNTech divulgaram dados positivos sobre sua vacina Covid-19, fazendo com que os mercados dessem uma guinada repentina de alta.

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