A fornecedora de softwares e tecnologias para o setor financeiro Sinqia, que tem se destacado pelo seu apetite para aquisições desde que abriu capital, está disposta a reforçar o seu caixa, por meio de mais uma captação no mercado.

A empresa anunciou na manhã desta quinta-feira, 26 de agosto, em fato relevante, que o seu conselho de administração aprovou a realização de uma oferta restrita de ações, a um grupo menor de potenciais investidores.

Serão emitidas 11,5 milhões de ações ordinárias, a um preço que só será definido após a coleta de intenções de investimentos, com investidores profissionais no Brasil. Se houver excesso de demanda, a empresa já deixou também aprovada a emissão de mais 11,5 milhões de ações. A oferta será coordenada por BTG Pactual, Credit Suisse, Itaú BBA e UBS.

Em uma estimativa preliminar apresentada pela companhia, que considerou o preço do papel no fechamento de quinta-feira, 25 de agosto, a R$ 23,75, a primeira leva de ações pode chegar a um montante de R$ 275 milhões em captação. Caso as demais ações também sejam vendidas, o valor pode chegar a R$ 550 milhões.

"O valor é meramente indicativo do preço por ação, podendo variar para mais ou para  menos, conforme a conclusão do procedimento de book building", informa a empresa, em comunicado. Se o cenário se confirmar, a Sinqia estaria levantando mais recursos do que no follow-on que realizou em 2019, quando captou R$ 362,7 milhões.

Com a oferta restrita de ações, a Sinqia também está de olho no investidor estrangeiro. Os esforços para colocar os papéis lá fora serão desempenhados pelas mesmas instituições que coordenam a oferta. Nos Estados Unidos, a oferta será feita exclusivamente a investidores institucionais qualificados, residentes no país.

Avaliada em R$ 1,67 bilhão, a empresa tem buscado crescer de forma rápida, por meio de aquisições. Com as duas últimas que foram anunciadas, da Simply, que automatiza abertura de contas para bancos digitais, por R$ 56 milhões, e de 60% da FEPWeb, que formaliza transações digitais, por R$ 38,4 milhões, já são 19 aquisições desde o IPO, realizado em 2013.

Uma das aquisições mais relevantes ocorreu no ano passado, quando a Sinqia comprou a Itaú Soluções Previdenciárias, operação de soluções financeiras de tecnologia e serviços voltada para previdência complementar do Itaú Unibanco, por R$ 82 milhões.

Em março, o CFO da companhia, Thiago Rocha, chegou a dizer que estava monitorando cerca de 250 empresas e que ainda tinha R$ 400 milhões para gastar. Apesar dos investimentos feitos para crescer com velocidade, a Sinqia tem operado no azul.

No segundo trimestre, a empresa teve lucro líquido de R$ 4,8 milhões, alta de 730% em comparação a igual período do ano passado. A receita líquida atingiu R$ 82,2 milhões, alta de 88,9% sobre o número alcançado no segundo trimestre de 2020. O Ebitda ajustado, por sua vez, somou R$ 19,7 milhões entre abril e junho, avanço de 168% ante o montante registrado ante igual intervalo do ano passado.

Por volta das 10h15, a ação da Sinqia na B3 subia 0,25%, a R$ 23,81.