A Covid-19 foi, definitivamente, devastadora para as companhias aéreas. Todas as empresas do setor tiveram de reduzir seus voos, colocar os funcionários em licença e viram seus papéis derreterem nas bolsas. Mas, enquanto os pessimistas enxergam o copo meio vazio, ainda existem otimistas que conseguem olhar o copo meio cheio.

E é o copo meio cheio que Giuliano Podalka, gerente de projetos especiais da Azul, tem visto durante essa pandemia. Com a redução de 920 voos diários para os atuais 180, a empresa conseguiu testar e validar um projeto que ele já vinha coordenando desde o fim do ano passado: o acompanhamento de bagagens em tempo real.

“Com o menor volume de voos, conseguimos fazer os testes necessários”, diz Podalka com exclusividade ao NeoFeed. A tecnologia, que estava em beta, será lançada oficialmente nesta semana. E busca resolver um grande problema para a empresa. Aliás, um problema enorme para o setor, que perde US$ 2,4 bilhões ao ano com extravios.

Tenta resolver também um problema infernal para os passageiros, que costumam despachar as bagagens e rezar para que elas estejam no destino. “Estamos desenvolvendo esse projeto há dois anos”, diz Podalka. “Agora, estará funcionando em todos os aeroportos em que a Azul voa no País.”

Até agora, o acompanhamento das bagagens era arcaico. Tudo feito em papel e adesivos no ponto de partida no ponto de chegada. Agora, com a nova tecnologia implementada pela empresa, serão cinco pontos de checagem.

“Vamos acompanhar todo o trajeto da mala”, diz Podalka. “No check-in, na triagem, no carregamento do avião, no descarregamento e na esteira”, diz ele. Se houver conexão, outros pontos de contato serão acrescidos.

Cada etapa será acompanhada pelos funcionários da empresa e os passageiros poderão acompanhar três fases no app da companhia: o check-in, o carregamento no avião e a esteira de bagagem.

Para botar esse processo de pé, a companhia teve de treinar todos os funcionários próprios e terceirizados em todos os aeroportos do País e municiá-los com um leitor infra-vermelho, parecido com smartphone, para que cada seja feita a leitura em cada mala.

Pode parecer um mero detalhe, mas esse processo será fundamental para a companhia reduzir as perdas causadas pelos extravios. Antes da crise do coronavírus, quando a Azul operava 900 voos por dia, 50 mil bagagens eram despachadas. Agora, com os 180 voos atuais, são 8 mil bagagens. Os prejuízos mensais giravam na casa dos R$ 500 mil.

“Em Cuiabá, por exemplo, onde iniciamos o projeto-piloto, estamos sem extravio ou perda de mala há 4 meses”, diz Podalka. Há, evidentemente, de se levar em conta que os voos diminuíram drasticamente. Atualmente, os prejuízos com o extravio, caíram para R$ 80 mil.

A companhia faz outra conta para defender a eficácia do novo procedimento. Em abril, o índice de extravios foi de 2,14 para cada 1 mil bagagens despachadas. Em maio, caiu para 2,00 e em junho para 1,89.

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