A companhia brasileira de tecnologia CI&T protocolou seu prospecto de abertura de capital na Securities and Exchange Commission (SEC) na semana passada, disseram fontes ao NeoFeed.

O documento ainda é confidencial e só deve vir a público em meados de outubro. O IPO será na Nasdaq, a bolsa eletrônica dos Estados Unidos.

A ideia é conseguir tocar o sino da Nasdaq em novembro, se tudo ocorrer conforme o planejado. O plano é captar pelo menos US$ 200 milhões, que serão usados para financiar a expansão internacional e M&As.

Fundada por Cesar Gon em 1995, em Campinas, a CI&T tem como acionista de referência o fundo de private equity Advent, dono de uma fatia de 30% da companhia. Não está decidido se haverá uma tranche secundária, dando saída parcial para a Advent.

No fim de junho deste ano, a CI&T comprou a Dextra, em uma transação 100% em dinheiro, que foi considerada no mercado como uma forma de encorpar os números da companhia antes da abertura de capital.

Segundo apurou o NeoFeed, uma parte da transação, cujo valor não foi divulgado, já foi paga. A outra virá dos recursos do IPO.

Na época da compra da Dextra, a CI&T divulgou que a soma das duas empresas criava um gigante com faturamento de R$ 1,4 bilhão, presença global e mais de 6 mil funcionários.

Em entrevista ao Conexão CEO, em 2020, programa do NeoFeed que conversa com os principais líderes empresariais brasileiros, Gon disse que a empresa tinha 60% de seus negócios originados fora do Brasil.

Cesar Gon, CEO e cofundador da CI&T

A CI&T tinha atuação em todos os continentes e presença em países como China, Japão, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Inglaterra e Portugal.

A pandemia, que acelerou a digitalização da economia, colocou em evidência os serviços da CI&T, pois a companhia ajuda as grandes corporações a fazer sua transformação digital.

Os bancos que estão coordenando o IPO são Goldman Sachs, Citigroup, Morgan Stanley, JP Morgan e Itaú BBA. Procurada, a CI&T não quis se manifestar.

Mais IPOs à vista

A abertura de capital da CI&T é apenas uma entre várias outras de empresas brasileiras que vão tentar se tornar públicas na bolsa americana.

Além da CI&T, Hotmart, Elo, Dock (ex-Conductor) e Ebanx são algumas das empresas que estão se preparando para abrir o capital nos Estados Unidos.

O mais aguardado de todos os IPOs é o do Nubank. No mercado, chegaram a circular informações de que o banco digital fundado pelo colombiano David Vélez buscaria uma avaliação entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões.

O prospecto do Nubank deve se tornar público em meados de outubro, quando os principais números da companhia estarão abertos para a avaliação dos investidores.