Na disputa das plataformas de saúde, que integram vários serviços em um único ambiente, o Grupo Sabin acaba de aumentar a sua artilharia. A empresa, que lançou o Rita Saúde, em março deste ano, assumiu o controle da rede de clínicas Amparo Saúde.
O Grupo Sabin, com presença em 12 estados mais o Distrito Federal, espalhado por 64 cidades do País e um faturamento que deve alcançar R$ 1,5 bilhão neste ano, já era acionista da Amparo, onde tinha uma participação de 30%. Agora, depois do negócio assinado na noite ontem, quinta-feira, 2 de dezembro, alcança 100%.
A aquisição é estratégica sob vários aspectos. Primeiro, porque a Amparo atua numa área que o Sabin, especializado sobretudo em análises clínicas, não atua. Segundo porque aumenta a sua presença tanto no ambiente físico como digital.
“Com a Amparo, vamos conhecer melhor as necessidades dos pacientes e também ampliar a entrega de valor para nossos clientes, como as operadoras de saúde”, diz Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin, com exclusividade ao NeoFeed.
A Amparo tem uma rede de 11 clínicas de atendimento primário, principalmente em São Paulo e Distrito Federal. Além disso, seu serviço de telemedicina cresceu exponencialmente durante a pandemia. O número de vidas atendidas saltou de 45 mil para mais de 1,5 milhão.
Na opinião de Lídia, esse é o futuro da medicina, a mescla do digital com unidades físicas. Por isso mesmo, o plano do Sabin é investir na expansão da rede física. “A ideia é abrir, pelo menos, mais dez clínicas nos próximos dois anos, em cidades como Salvador, São José dos Campos (SP), Franca (SP)”, diz Lídia.
Fundada em 2017 pelo alemão Emilio Puschmann, a Amparo Saúde recebeu aportes de R$ 65 milhões e tinha entre seus acionistas José Luiz Setubal. O valor do negócio não foi revelado. O Sabin vai assumir a gestão e Puschmann permanecerá como conselheiro da empresa.
O Sabin pretende plugar com mais força essa máquina, que já está pronta, no Rita Saúde – agora possibilitando o atendimento presencial. “É um movimento importante para o grupo. De fato, posicionando o Sabin de uma forma mais robusta dentro do ecossistema de saúde”, diz Lídia.
O Rita Saúde foi criado para facilitar o acesso a pessoas que não têm plano de saúde. Com um custo baixo, os pacientes podem contratar desde teleconsultas a exames laboratoriais ou de imagem, passando até por vacinação. Trata-se de um mercado enorme em termos de potencial.
Hoje, apenas 48,5 milhões de pessoas têm planos de saúde no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar. Há um enorme contingente de brasileiros que não contam com nenhum tipo de cobertura, a não ser os serviços do SUS.
No mercado de saúde, criar uma plataforma que integre serviços e os dados dos pacientes se tornou uma espécie de nova corrida ao ouro. O Fleury, por exemplo, criou o Saúde iD; o grupo Dasa, a Nav; a rede de farmácias RD, a Vitat. No mercado de saúde primária, o dr.consulta também tem se movimentado nessa direção.
Todas essas empresas estão desembolsando milhões – em alguns casos bilhões – na construção e aquisição de startups e outros players para criar ecossistemas e marketplaces de saúde. “A Rita hoje atende 77 mil vidas e a Amparo vai ser a porta de entrada para mais clientes”, diz Lídia.