A revista americana Time publicou uma capa neste fim de ano sugerindo que o ano de 2020 deveria ser riscado do calendário. O título resumia o espírito dos editores: “O pior ano de todos”.

Há motivos de sobra para querer riscar 2020 do calendário. Até 29 de dezembro, o número de mortos no mundo pelo novo coronavírus estava perto de chegar a 1,8 milhão. No Brasil, são quase 200 mil pessoas. É a maior tragédia humana desta geração.

Mas a vacina da Covid-19, que começa a se aplicada em diversos países, traz um sinal de esperança que pode se espalhar para 2021 e para esta década que começa a partir de hoje..

Há polêmica sobre a data. Há quem defenda que uma década comece nos anos 0, como 2000, 2010 e 2020. Outros invocam o calendário Gregoriano, que se inicia no ano 1. Portanto, nos anos 2001, 2011 e, agora, 2021.

Há razões para ser otimista nesta década? O que esperar dos próximos 10 anos? Essa foi a pergunta que o NeoFeed fez a três pessoas "fora da curva" da humanidade: um médico, um economista e uma bióloga marinha. São, respectivamente Eric Green, Paul Krugman e Kristal Ambrose.

Cada um deles é uma autoridade em seu ramo de atuação. Eles são também vozes respeitadas ao redor do mundo. Confira suas respostas:

Dr. Eric Green, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI, na sigla em inglês)

"O NHGRI tem trabalhado ao lado da comunidade de pesquisa internacional para desenvolver a 'Visão Estratégica de 2020 para a Genômica Humana'. Essa iniciativa traz 10 previsões ousadas, que vão desde a ciência básica, a inovações tecnológicas, aplicações clínicas e mudanças sociais. Uma das nossas previsões é que a sequência completa do genoma de um indivíduo e anotações informativas poderão ser disponibilizadas em seu smartphone de forma segura, se assim o desejar. A conquista desse objetivo representaria um passo importante para a implementação generalizada da medicina genômica e do uso rotineiro de informações genômicas na vida cotidiana."

Paul Krugman, economista vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2008

"O desenvolvimento mais promissor em que posso pensar é a revolução das energias renováveis. Não faz muito tempo que a energia solar e eólica pareciam coisa de 'hippie' e não eram perspectivas sérias. Agora, elas são, em muitos casos, mais baratas que os combustíveis fósseis. Isso significa que está aberto o caminho para uma redução radical das emissões de gases de efeito estufa, com pouco ou nenhum custo econômico. E a energia renovável também pode fornecer um grande estímulo aos investimentos, que tanto precisamos." 

Kristal Ambrose, fundadora do Bahamas Plastic Movement e vencedora do Goldman Environmental Prize 2020, o "Oscar" da sustentabilidade

"Acho que a grande esperança para esta década é o avanço das pautas ambientais nas mais variadas frentes, tanto governamentais, como sociais e empresariais. A comunidade global está reconhecendo a gravidade dessa questão e agindo em busca de soluções. Esta é uma questão multifacetada, que requer abordagens multidisciplinares. No campo da poluição de plásticos, tenho esperança que a indústria assuma compromissos realistas e medidas viáveis para fechar a torneira da produção."

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