Entre suas metas para se tornar uma empresa mais sustentável, a Amazon se comprometeu a ser neutra em carbono até 2040. Para conseguir isso, a nova aposta da varejista americana fundada por Jeff Bezos vai envolver a substituição de combustíveis fósseis pelo uso do hidrogênio verde, principalmente em suas empilhadeiras e caminhões.

A Amazon firmou uma parceria com a Plug Power para o fornecimento, a partir de 2025, de quase 11 mil toneladas de hidrogênio verde por ano. Será o suficiente para alimentar a operação de 30 mil empilhadeiras ou de 800 caminhões utilizados no transporte de mercadorias ou em operações internas.

Ainda que os detalhes financeiros da operação sejam mantidos em sigilo, sabe-se que o acordo dá direito a Amazon adquirir 16 milhões de ações da Plug Power de forma automática. Isso acontecerá caso a companhia gaste, dentro de um período de sete anos, pelo menos US$ 2,1 bilhões com a compra do combustível limpo.

Avaliada em US$ 16,7 bilhões, a Plug Power é uma das principais fabricantes de células de hidrogênio do mercado. Entre seus clientes estão companhias como BMW, Carrefour e Walmart. Com o negócio firmado com a Amazon, as ações negociadas na Nasdaq sob o ticket PLUG tiveram alta de 9% na quinta-feira.

"É um grande negócio para a indústria (de hidrogênio)", disse Andy Marsh, CEO da Plug Power, à Forbes. “É o primeiro ecossistema de hidrogênio em escala maior para a Amazon, onde eles estão realmente pensando em todas as aplicações em que podem usar o hidrogênio.”

A Amazon não revelou os planos de como pretende utilizar o combustível limpo, mas deu a entender que o uso não será restrito para alimentar empilhadeiras e caminhões.

O uso de hidrogênio verde para substituir os combustíveis fósseis deve ajudar a empresa a atingir suas metas de sustentabilidade. Em outro esforço neste sentido, a Amazon já havia se comprometido a substituir sua frota de vans de entrega por veículos elétricos da Rivian.

Em outra frente, conforme noticiado com exclusividade pelo NeoFeed, Amazon firmou em janeiro uma parceria com a empresa BovControl, fundada pelo brasileiro Danilo Leão. O negócio visa a acelerar metas de reflorestamento da companhia e ajudar a sequestrar carbono.

Considerado um dos combustíveis do futuro, o hidrogênio verde ainda é pouco explorado. Isso se deve ao fato de que o processo para obter o elemento sem a emissão de gases (o que torna ele verde) ainda é complicado. O hidrogênio tradicional, chamado de “cinza”, é altamente poluente por ser obtido através de gás natural.

Já a produção do hidrogênio pode ser feita de diferentes maneiras, mas a forma considerada mais inovadora envolve a eletrólise da molécula da água, um processo no qual os átomos de oxigênio e hidrogênio são separados da água através da corrente elétrica. Fazer isso é caro e trabalhoso.

Uma estimativa do Goldman Sachs feita no ano passado aponta que para que o mundo possa zerar as emissões de gases de efeito estufa, seria necessário investir US$ 5 trilhões na cadeia de fornecimento de hidrogênio até 2050.