Em setembro de 2013, quando a JSL desembolsou R$ 65 milhões para comprar a Movida, a empresa de locação de carros tinha apenas 29 lojas e 2,4 mil veículos em sua frota. Com passagens por companhias como Vale e Suzano, Renato Franklin assumiu como CEO da operação nove meses depois.

Sob a direção do executivo, a empresa percorreu um roteiro que incluiu o IPO, em 2017, e a estreia em gestão de frotas e nas vendas de seminovos. Avaliada em R$ 6,2 bilhões, a companhia é hoje um dos principais nomes do setor e tem 168 mil carros, 195 agências de locação e 70 lojas de seminovos.

A Movida segue traçando novos caminhos para manter esse ritmo de expansão. E o destino mais recente é o Mercado Livre. Há duas semanas, a empresa começou a oferecer seus serviços de locação no marketplace, com benefícios como o parcelamento do aluguel em até 10 vezes no cartão.

“Estamos ampliando o target do mercado de aluguel de carros, que ainda tem uma penetração muito baixa no País”, diz Franklin, ao NeoFeed. “Foi assim que nós crescemos. Não brigamos por share. Crescemos trazendo novos clientes para o setor.”

Diverso, o leque de alternativas da empresa cresceu desde a chegada da pandemia. Entre outras opções, a companhia lançou o Movida 0Km, serviço de carro por assinatura para pessoas físicas, e o Movida Cargo, voltado à locação de carros leves e furgões para entregas do e-commerce.

“Acredito que vamos virar uma plataforma, que pode ser plugada com outros serviços”, diz Franklin. “Podemos montar ofertas a quatro, seis mãos. Às vezes com o balanço de uma instituição financeira, outras com o canal de vendas de uma montadora.”

Esses movimentos também integram o pacote para lidar com um cenário mais desafiador, a partir da aprovação, neste mês, da fusão entre a Localiza e a Unidas. Até então, as duas companhias eram as maiores empresas do setor, seguidas pela própria Movida.

Franklin observa que o sinal verde para o acordo traz prós e contras. De um lado, um mercado com dois players tende a impulsionar a alta dos preços dos serviços, o que é ruim para os consumidores. Mas não, necessariamente, para a Movida, dado que esse contexto abre caminho para margens mais atrativas.

Ele ressalta, porém, que, à parte dessa decisão, a Movida segue com seus planos de crescimento. E esses próximos passos foram turbinados recentemente com a divulgação do guidance de um capex líquido entre R$ 5,1 bilhões e R$ 6 bilhões para 2022.

“O grosso desse investimento será destinado ao crescimento da frota. Nosso guidance é ter entre 260 mil e 300 mil carros até 2025”, diz Franklin. Ele destaca ainda a mudança gradual do mix da companhia, em direção a carros mais premium, como os SUVs, o que traz mais receitas e margens para a operação.

No programa Conexão CEO, Franklin fala mais dessa mudança na frota; dos reflexos da queda na produção das montadoras; de carros elétricos; da expansão de lojas; da incorporação da CS Frotas; e do olhar da companhia, que comprou recentemente a Marbor, para aquisições.

Assista a mais um episódio do Conexão CEO: