Seis anos depois de comprar o aplicativo de mensagens WhatsApp, por US$ 19 bilhões, o Facebook vai finalmente começar a monetizar a operação. Em comunicado publicado nesta quinta-feira, 22 de outubro, a companhia de Mark Zuckerberg disse que vai começar a cobrar por alguns serviços do WhatsApp Business.
Sem especificar valores e quais serviços exatos passam a ser pagos, o Facebook comunicou também que vai adicionar outras ferramentas ao WhatsApp Business, como permitir a venda diretamente pelo aplicativo e a possibilidades de hospedagem.
"Com essas opções, pequenas e médias empresas poderão iniciar seus negócios, vender produtos, gerenciar estoques e responder rapidamente às mensagens recebidas onde quer que seus funcionários estejam", diz um trecho do comunicado.
O WhatsApp Business conta com 50 milhões contas jurídicas, que recebem mensagens de 175 milhões de pessoas diariamente, segundo o WhatsApp.
Apesar da popularidade do aplicativo, que conta com mais de 2 bilhões de usuários no mundo, ele nunca foi significativo para o balanço do Facebook, uma vez que é oferecido gratuitamente e não aceita publicidade.
No Brasil, o WhatsApp começou a testar um serviço que permitia pagamento e transferência em junho deste ano, em parceria com Visa e Mastercard. O Nubank, o Banco do Brasil e a Sicredi também participavam na iniciativa. E a Cielo era responsável pelo processamento.
Mas o Banco Central entrou em campo alegando que era “necessário preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato” e suspendeu o serviço. Até hoje, ele não voltou a funcionar.
O WhatsApp Pay, no entanto, já está disponível em países como a Índia, onde o aplicativo do Facebook é usado para a movimentação financeira de seus usuários.
Apesar da proibição, o WhatsApp é usado por empresas de todos os tamanhos para realizar negócios. E, durante a pandemia, foi a tábua de salvação para muitas empresas, como Via Varejo, Riachuelo, Chilli Beans, Reserva e Polishop, entre outros exemplos, que usaram o aplicativo para se comunicar com os consumidores e realizar vendas.
É mais um passo do Facebook para torná-lo um superaplicativo ao estilo do rival WeChat, aplicativo chinês usado por 1,1 bilhão de usuários.
No WeChat, as pessoas podem fazer basicamente de tudo em seu ambiente virtual. Desde postar uma simples fotos até dar entrada num pedido de divórcio. Sua relevância é tamanha que Allen Zhang, fundador do aplicativo, disse em entrevista ao The New York Times que a população chinesa passa mais de um terço de seu tempo online no WeChat.
Com download e funcionalidades gratuitas, o super app chinês ganha dinheiro de diferentes formas. Uma delas é com a venda de adesivos, jogos e outras compras dentro do app. Desde 2016, o aplicativo cobra também uma taxa de 0,1% para transferências acima de US$ 153. O montante só é cobrado quando os usuários movimentam seus saldos da carteira digital para contas bancárias.
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