O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse aos seus funcionários que estava relutante em se curvar às ameaças de um crescente boicote publicitário. Em comentários privados, ele tem dito que seu "palpite é que todos esses anunciantes voltarão à plataforma em breve", segundo o site The Information, que cobre os bastidores do Vale do Silício.

Zuckerberg refletiu sobre o boicote de grandes anunciantes, que já chegou a mais de 400 marcas, durante uma reunião na sexta-feira passada, segundo funcionários que compareceram ao encontro.

O fundador do Facebook disse que o boicote é mais um "problema de reputação" do que econômico, de acordo com uma transcrição obtida pela The Information.

De acordo com Zuckerberg, os grandes anunciantes que participam do boicote representam uma pequena parte da receita geral do Facebook e acrescentou: “Não mudaremos nossas políticas por nada por conta de uma ameaça a uma pequena porcentagem de nossa receita ou para qualquer porcentagem de nossa receita."

O boicote ao Facebook, que começou a ganhar corpo na semana passada, já atingiu mais de 400 marcas. Ela inclui grandes anunciantes, como Unilever, Startbucks, Microsoft, Adidas, Volkswagen, Ford, Honda, Coca-Cola, entre muitas outras grandes empresas.

Os organizadores da campanha #StopHateforProfit (pare de odiar por lucro, em tradução livre) acreditam que a campanha possa ganhar fôlego globalmente.

O objetivo é pressionar as gigantes de mídia social a aplicar políticas adequadas para coibir conteúdo de ódio ou falso em suas plataformas.

As ações do Facebook, por conta do boicote, chegaram a cair quase 10%. Mas, na quarta-feira, 1 de julho, elas subiram mais de 4%. No ano, valorizam-se 13,3%.

Relatórios do Citigroup e do Morgan Stanley apontam que talvez Zuckerberg possa estar certo. Os dois bancos de investimentos acreditam que o boicote de grandes marcas à publicidade no Facebook terá impacto reduzido no balanço da rede social.

Para o Citigroup, se o boicote durar um mês, o provável impacto negativo é de US$ 1 no preço da ação do Facebook. Se a lista permanecer a mesma, e os anunciantes não retornarem, a perda no preço da ação pode ser de US$ 17 até o fim do ano. Atualmente, elas estão cotadas a US$ 237,55.

Para o Morgan Stanley, se for considerada uma pausa de um mês dos 100 maiores anunciantes do Facebook, a receita perdida pode chegar a US$ 1 bilhão, apenas 1% da receita anual da companhia.

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