As agências de comunicação corporativa CDI e NR7 vão unir forças. As duas empresas anunciaram nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, um processo de fusão em que a NR7 passa a fazer parte do Grupo CDI.

O negócio envolve a troca de ações entre os empresários Nelson Rodrigues, fundador das agências NR7 e Seven, e Antonio Salvador, presidente do grupo CDI, holding que engloba a agência de comunicação homônima, a empresa de marketing Sallero e a produtora Manacá Filmes.

Com o negócio, as duas empresas criam um dos maiores grupos de relações públicas e comunicação corporativa do País, com faturamento acima de R$ 50 milhões, 249 clientes na carteira e 235 funcionários. A líder do mercado é a FSB, que teve faturamento de cerca de R$ 250 milhões em 2020, de acordo com um levantamento publicado no Anuário da Comunicação Corporativa, da produtora de conteúdo Mega Brasil.

Fundada há 12 anos, a NR7 terminou 2021 com receita de R$ 14,7 milhões e tem na carteira 169 clientes (contando com a operação da Seven). Entre eles, Locaweb, Facily, Clara, Pier, Elo7 e Sami. Já o portfólio da CDI, que começou a ser montado ainda em 1990, é composto por 80 empresas e inclui PwC Brasil, John Deere e AIG.

A fusão vai manter as duas agências operando de forma independente. A diferença é que os clientes serão direcionados para a agência que fizer mais sentido para o negócio. Por exemplo: se uma startup atendida pela NR7 crescer demais e demandar mais estrutura, poderá passar a ser atendida pela CDI.

Pequenos e grandes

A união começou a ser desenhada por Rodrigues em conjunto com Henrique Repiso, diretor-executivo da NR7 e que assume o cargo de CEO com a fusão.

Os primeiros contatos foram feitos ainda no primeiro semestre do ano passado, quando a NR7 passou a buscar por um parceiro comercial que pudesse atender empresas que acabavam ficando grandes demais e demandavam serviços que sua agência não oferecia.

“Quando as empresas alcançavam um determinado tamanho, elas passavam a precisar de coisas diferentes do que a gente fazia, como relacionamento com governo e gestão de crise”, diz Rodrigues. “Eu precisava aceitar que as startups, eventualmente, iriam embora.”

Do lado da CDI, a dificuldade era lidar com negócios menores. Acostumada a atender empresas de maior porte e em outro estágio de maturidade, a companhia opera com uma estrutura que vai além da assessoria de imprensa tradicional, fazendo também relações com o poder público e conectando empresários.

“Atender uma jovem empresa de tecnologia era como um bicho de sete cabeças para mim. Eu estava batendo cabeça até encontrar esse parceiro”, diz Salvador, referindo-se a NR7.

Com a fusão, a ideia é trazer empresas com maior potencial para dentro das agências. “O momento agora é de pensar em crescer de forma mais sólida e com empresas brasileiras. Vamos buscar mais negócios para fortalecer essa união”, diz Salvador.

No radar de ações práticas ainda estão parcerias internacionais para que as agências possam atender melhor startups que operam na América Latina, tanto estrangeiras como as brasileiras, que expandem os seus negócios para fora do País