Ao longo de quase uma década, o QuintoAndar ganhou corpo – e uma avaliação de US$ 5,1 bilhões – alugando e vendendo apartamentos e casas.

Tanto que a startup fundada por Gabriel Braga e André Penha tem alguns números superlativos. Em aluguel, são mais de R$ 81 bilhões de ativos sob gestão e mais de 10 mil novos contratos fechados por mês.

Em compra e venda, uma área recente, foram mais de mil imóveis vendidos no primeiro ano de operação e mais de 70 mil anúncios ativos.

Agora, o QuintoAndar prepara-se para ir além das transações. Nesta terça-feira, 18 de janeiro, a startup estreia uma nova identidade visual para reforçar esse novo posicionamento.

“Vamos lançar produtos financeiros que envolvem, por exemplo, uma forma para que o proprietário adiante o fluxo de caixa de aluguel para que o locador receba o aluguel de um longo período de uma só vez”, diz Penha, em entrevista ao NeoFeed.

Penha diz também que outro exemplo desse novo posicionamento “são serviços que poderiam ser usados até por quem não alugou ou comprou um imóvel conosco, como o refinanciamento de uma propriedade.”

Nesta entrevista, Penha fala ainda que estuda um marketplace de serviços e conta os motivos por trás dessa nova identidade visual do QuintoAndar, que já captou mais de US$ 700 milhões e, nos últimos meses, adquiriu companhias como o grupo argentino Navent e as startups Atta, Velo e SindicoNet.

Qual o objetivo dessa mudança visual?
Estamos remodelando a marca. Não é só uma nova identidade visual, mas um novo posicionamento institucional que comunica ao mercado que não se trata mais de uma companhia que faz apenas a transação imobiliária. Somos uma companhia de moradia, que faz o aluguel, a venda e o que acontece depois da transação.

O novo logotipo do QuintoAndar

Por que fazer isso agora?
Porque a identidade anterior mostrava o QuintoAndar apenas como uma empresa de tecnologia e que fazia somente a transação. Queremos passar a imagem de que agora somos uma empresa que é o destino padrão de moradia.

Como vão fazer isso?
Com o lançamento produtos que têm a ver com a moradia de maneira geral, não apenas com a compra ou a locação.

Por exemplo?
A SindicoNet (comprado em novembro do ano passado) foi uma empresa que trouxemos e vamos investir ainda mais em condomínios, que é algo que parou na década de 1990 e ainda funciona totalmente desconectado, depende do velho caderninho do zelador. Se o condomínio funcionar melhor, for automatizado, a vida de todos ali será impactada.

E fora deste universo de condomínios?
Vamos lançar produtos financeiros que envolvem, por exemplo, uma forma para que o proprietário adiante o fluxo de caixa de aluguel para que o locador receba o aluguel de um longo período de uma só vez. Outro exemplo são serviços que poderiam ser usados até por quem não alugou ou comprou um imóvel conosco, como o refinanciamento de uma propriedade.

E fora do âmbito financeiro?
Talvez a gente pense, em breve, em investir na criação de um marketplace de serviços para a moradia. Para contratar alguém para consertar algo, por exemplo. Ou algum tipo de assinatura... Isso ainda está sendo debatido com o time de produtos.

Há alguma previsão de quando uma plataforma assim poderia entrar no ar?
Não. Vamos sentar e testar o produto. Muita coisa que a gente desenvolve aqui dentro acaba não sendo lançada porque vira algo diferente do que a gente queria.

Como o QuintoAndar vai financiar essas mudanças? Há dinheiro para isso?
Sim. Levantamos capital há pouco tempo e temos o próprio fluxo de caixa do negócio de transação imobiliária. O QuintoAndar ainda não é uma empresa lucrativa porque está investindo muito.

Pensam em buscar mais dinheiro no mercado?
Não vamos captar mais dinheiro, a não ser que apareça uma oportunidade que seja muito boa. Mas não estamos atrás disso agora.

E em relação ao negócio tradicional, de facilitar o aluguel e a venda de imóveis. O que muda com esse novo posicionamento?
Vamos continuar investindo. Ainda há muito a ser feito para deixar a transação cada vez mais rápida. Alugar ou comprar um apartamento é sempre um nervoso que a gente passa. Se aquilo acontece mais depressa, o nervoso também vai embora mais rapidamente.

No que seria investido neste sentido, por exemplo?
Somos muito bons numa determinada classe de imóveis, mas podemos trazer imóveis mais simples ou mais sofisticados. E vamos pensar em como podemos fazer isso.