Depois de anunciar o fim de um contrato com a Caixa Econômica e colocar um ponto final em uma parceria de 48 anos, a Wiz tem buscado em uma série de acordos e joint ventures as novas vias de manutenção e crescimento da sua operação.

Na manhã desta terça-feira, 7 de junho, a corretora de seguros está adicionando oficialmente mais uma parceria a esse pacote. A companhia acaba de anunciar que chegou a um acordo para a criação de uma joint venture com a Polishop, varejista fundada em 1999 por João Appolinário.

Na prática, com essa transação, a Wiz terá exclusividade para comercializar produtos de seguro por meio dos canais de distribuição da Polishop pelo prazo de dez anos, contados a partir do fechamento da operação.

“O grande potencial dessa joint venture está no fato de que a Polishop sabe fazer e comunicar a venda”, disse Appolinário, fundador e CEO da Polishop, em conversa com jornalistas sobre o anúncio. “E a Wiz sabe buscar o melhor fornecedor e como oferecer aquele produto.”

A Wiz ressaltou, por sua vez, que a parceria é estratégica, pois está alinhada à sua visão de crescimento a partir da ampliação e diversificação dos resultados em suas operações. E, especialmente, por marcar o ingresso da corretora no segmento do varejo.

“Essa não é uma operação que nasce para ser tímida”, afirmou Heverton Peixoto, CEO da Wiz. “Mas sim, para deixar um marco na realidade do varejo. De inovação, potencial, penetração e eficiência. Nossa ideia é que ela seja um benchmark nessa indústria.”

Com o acordo, a corretora terá muitos pontos de contato com os consumidores para explorar. Dona de um modelo integrado de vendas e atendimento, a Polishop tem mais de 200 lojas físicas próprias e complementa essas unidades com uma TV própria, revista, e-commerce, mídias sociais, televendas e ações de marketing direto.

A partir desse formato, a varejista acumula, entre outros números, um alcance superior a 50 milhões de pessoas por mês nas redes sociais, com mais de 35 milhões de visualizações mensais em seu canal no YouTube.

Para sinalizar o potencial da parceria, as duas empresas destacaram, entre outros números, que a Polishop, entre 2017 e 2021, acumulou: um total de 11,4 milhões de produtos vendidos elegíveis para a oferta de seguros.

Nos termos da parceria, a joint venture será formada por meio da constituição de uma nova sociedade pela Polishop, seguida da aquisição, pela Wiz, de 50% do capital social votante e total da nova operação, pelo preço estimado de R$ 50 milhões.

O montante em questão será dividido em uma parcela à vista de R$ 20 milhões e outras três parcelas anuais variáveis, estimadas em R$ 10 milhões, a serem quitadas em 2024, 2025 e 2026, levando-se em conta o lucro líquido reportado pela joint venture nos exercícios anteriores ao vencimento dessas parcelas.

O Conselho de Administração da nova companhia será composto por três membros, com cada uma das empresas tendo o direito de indicar um representante para o board, que ainda terá um conselheiro independente, eleito de comum acordo pelas empresas.

Já os nomes que irão comandar a operação no dia a dia ainda serão definidos, assim como a marca por meio da qual a companhia irá atuar no mercado.

“Vamos aproveitar toda a equipe da Polishop nessa área, mas agora entra uma nova governança por parte da Wiz”, disse Appolinário. “Teremos um CEO que estará à frente dessa nova empresa e isso, com certeza, ajudará a dar velocidade à operação, que já nasce à parte da estrutura atual da Polishop.”

João Appolinário (à esq.), fundador e CEO da Polishop, e Heverton Peixoto, CEO da Wiz

Ainda na dependência de aprovações regulatórias, em particular, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o que na expectativa da Polishop e da Wiz deve acontecer no quarto trimestre, as duas empresas já começam a traçar os próximos passos da operação, a partir da próxima semana.

“Já estamos trabalhando há alguns meses não só no desenho da sociedade, mas também de soluções e experiências”, observou Peixoto. “Agora, vamos iniciar um processo de trabalho a quatro mãos, que deve durar entre 60 e 90 dias, lapidando essas soluções.”

O plano, a princípio, é iniciar essa jornada conjunta com a oferta de produtos remodelados de garantia estendida e compra protegida. Entre outras diversas modalidades, os primeiros lançamentos, ainda sem previsão de chegar ao mercado, também devem incluir seguro para transações com Pix e cartão de crédito.

“Também teremos muitas ferramentas de gamificação e de experiências”, acrescentou Peixoto. “Tanto para o cliente final como para os funcionários da Polishop.”

A joint venture com a Polishop integra uma série de acordos nos mesmos moldes fechados pela Wiz, o mais recente deles, em abril deste ano, com o Paraná Banco, para distribuir seguros com exclusividade na instituição pelos próximos dez anos.

A relação inclui ainda operações com empresas como Galapagos Capital, na área de crédito; LG Informática, em produtos de crédito, seguros e benefícios na área de recursos humanos; e com o banco BMG, por meio da BMG Corretora.

As ações da Wiz acumulam uma valorização de 6,4% em 2022 e a companhia está avaliada em R$ 1,35 bilhão.