O empresário americano Adam Neumann, fundador do WeWork, saiu da companhia, em 2019, depois que sua gestão foi colocada em xeque. Com muitos problemas de governança e perdas bilionárias, ele foi obrigado a abandonar a empresa de coworking pouco antes de uma tentativa frustrada de abrir capital.
Neumann, que havia criado a empresa em 2010, saiu pela porta dos fundos, mas com um polpudo cheque estimado pelo mercado em pouco mais de US$ 700 milhões. Pois, de acordo com o jornal The Wall Street Journal, ele está usando parte desse dinheiro e o capital que acumulou ao longo dos anos para novamente entrar no setor de real estate.
Ao longo de 2021, o empresário de 42 anos teria desembolsado mais de US$ 1 bilhão na aquisição de 4 mil apartamentos. O objetivo: criar uma marca, da mesma forma que ele fez com a WeWork, no segmento de locação de imóveis por temporada. Neumann estaria recrutando executivos que o ajudaram a construir o WeWork para essa missão.
Entre as propriedades dele estão prédios em Atlanta, Fort Lauderdale, Miami, Nashville, entre outras cidades americanas que estão sendo “invadidas” por pessoas que estão trabalhando no sistema de anywhere office.
Neumann, que é investidor da startup Alfred, que oferece serviços para prédios como concierge, dog walkers, amenities e até softwares de gestão, poderia plugar os serviços nas unidades de sua propriedade. A ideia seria fisgar um público jovem da mesma forma que ele fez com o WeWork.
O difícil vai ser fisgar investidores como Masayoshi Son, do Softbank. A empresa investiu US$ 10 bilhões na WeWork e fez com que sua avaliação privada chegasse a US$ 47 bilhões. Com os escândalos que surgiram envolvendo Neumann, a empresa de coworking necessitou de outro aporte bilionário para se manter no mercado. E o Softbank garantiu uma linha de US$ 9,5 bilhões.
Em outubro do ano passado, a WeWork tornou-se uma empresa pública por meio de uma fusão com a BowX Acquisition, uma Special Purpose Acquisition Company (SPAC). No processo, a empresa de escritórios compartilhados foi avaliada em US$ 8 bilhões e teve acesso a cerca de US$ 1,3 bilhão em recursos. Hoje, a companhia está avaliada em US$ 7,3 bilhões.