A Âmbar Energia, geradora e comercializadora de energia do grupo J&F, anunciou na segunda-feira, 1º de julho, que concluiu a aquisição da Usina Termoelétrica de Araucária (UTE Araucária), expandindo seu portfólio de ativos, sendo a quarta maior geradora de energia a gás natural no Brasil em termos de capacidade instalada.

Anunciada em dezembro, a compra totalizou R$ 395 milhões e envolveu a totalidade do capital da UTE, localizada no município de Araucária, no Paraná. O ativo pertencia à Companhia Paranaense de Energia (Copel) e à Petrobras, com participações de 81,2% e 18,8%, respectivamente.

Em fato relevante, a Copel informou que "em linha com a diretriz estratégica de ter uma matriz energética 100% renovável, o desinvestimento desse ativo foi o maior passo da companhia nesse sentido, fortalecendo os pilares para a perenidade e o crescimento sustentável dos negócios".

Inaugurada em 2002, a UTE Araucária é uma instalação de geração a gás natural com capacidade instalada de 484,1 megawatts (MW), operando em ciclo combinado com duas turbinas a gás e uma turbina a vapor. Com a operação concluída, a Âmbar pretende realizar um investimento de mais R$ 50 milhões em um retrofit na usina.

Quando a operação foi anunciada, o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, disse que ela é parte da estratégia de crescimento em ativos que ofereçam estabilidade no fornecimento de eletricidade, considerando a intermitência de matrizes como solar e eólica, e que contribuam na transição energética.

A Âmbar vem investindo para expandir seu portfólio de ativos termoelétricos. Em junho, a empresa assinou contrato para adquirir o parque de usinas termoelétricas da Eletrobras, por R$ 3,5 bilhões, um acordo que prevê ainda um earn out de até R$ 1,2 bilhão.

O negócio envolve 12 usinas a gás natural em operação e um projeto para implantação de uma usina termoelétrica a gás natural em Manaus (AM), que totalizam 2,1 gigawatts (GW) de capacidade. A expectativa é de que a conclusão da operação ocorra nos próximos seis meses.

"Estamos diversificando nosso portfólio de geração e acreditamos muito no gás natural como a fonte ideal para a transição energética", disse Zanatta ao NeoFeed. "Em conjunto com o negócio recentemente assinado com a Eletrobras, iremos a 4,4 GW, nos consolidando como uma das mais relevantes geradoras de energia do país."

A Âmbar possui outros ativos de geração movidos a gás natural, caso da UTE Cuiabá, conectada às bacias de gás da Bolívia por gasoduto próprio, e da UTE Uruguaiana, ligada às reservas de gás da Argentina.

Além de gás natural, a Âmbar também opera unidades hidrelétricas, solares, de biomassa e carvão mineral. Com 27 unidades de geração de energia, a empresa conta uma capacidade de 2,5 gigawatts (GW).

Em maio deste ano, a Âmbar avançou em biomassa, anunciando a aquisição da Usina de Cogeração Lages (UCLA), localizada em Lages, Santa Catarina. A unidade tem capacidade instalada de 28 megawatts (MW) e pertencia ao grupo Engie Brasil Energia. A UCLA atua com geração de energia elétrica e vapor a partir de resíduos madeireiros.