A Itaúsa vendeu todas as suas ações que detinha da XP Inc. e encerrou um processo iniciado em 2021, depois do veto imposto pelo Banco Central (BC) para a tomada de controle até 2026 e de diferenças culturais que impediram a parceria entre o Itaú Unibanco e a plataforma de investimentos.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, 14 de dezembro, a Itaúsa anunciou ter concluído a alienação total das ações Classe A da XP, não tendo mais participação na empresa fundada por Guilherme Benchimol.

Por meio de operações realizadas nos meses de novembro e dezembro, ela vendeu o correspondente a 14.770.985 ações, levantando um montante líquido aproximado de R$ 1,7 bilhão. Até este último movimento, a Itaúsa detinha cerca de 2,7% do capital social da XP e 1% de seu capital votante. Com esta última operação, a Itaúsa levantou ao todo cerca de R$ 9,5 bilhões com a alienação das ações da XP.

Segundo o comunicado da Itaúsa, não são esperados impactos relevantes nos resultados do quarto trimestre, já que o investimento na XP estava contabilizado como ativo financeiro mensurado a valor justo desde o terceiro trimestre.

A redução da participação da Itaúsa na XP começou a ser colocada em prática em 2021, depois que o Itaú aprovou a cisão com a XP. Em 2017, o banco adquiriu 49,9% do capital social da XP por R$ 6 bilhões e tinha planos de expandir sua participação.

Mas, em 2018, o BC vetou que o banco comprasse o controle da XP até 2026. Diante disso, e vendo a possibilidade de destravar valor aos acionistas, além das diferenças culturais entre as partes, o Itaú decidiu cindir sua participação na XP.

Além da venda das ações, a Itaúsa e a XP acertaram em julho a rescisão do acordo de acionistas, originalmente marcado para vencer em outubro de 2026. Com a decisão, os membros indicados pela Itaúsa ao conselho de administração e ao comitê de auditoria da XP renunciaram aos seus cargos.

As ações preferenciais da Itaúsa fecharam o pregão de quarta-feira, 13 de dezembro, com alta de 2,98%, a R$ 10,01. No ano, elas registram alta de 30,8%, levando o valor de mercado a R$ 101,9 bilhões.

Negociadas na Nasdaq, a ação da XP Inc. fechou ontem em alta de 5,3%, aos US$ 23,63. Em 2023, o papel acumula valorização de 71%. O valor de mercado é de US$ 12,9 bilhões.

Correção: Diferentemente do informado no título na matéria publicada às 9h13, foi a Itaúsa quem vendeu sua participação remanescente na XP Inc, e não o Itaú.