Em junho deste ano, o fundador e CEO da Cloudwalk, Luis Silva, antecipou ao NeoFeed o projeto da fintech de pagamentos para lançar o seu cartão de crédito e débito

Por trás dessa estratégia, estava a intenção de ampliar os serviços financeiros ofertados a pequenas e médias empresas e de ir além das maquininhas, batizadas de InfinitePay, pelas quais ficou conhecida.

Cinco meses depois, a CloudWalk está avançando nesse plano ao se transformar em um banco digital. Após receber autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamento, a fintech lança nesta quarta-feira, 23 de novembro, o InfiniteBank.

A nova aposta foi criada em cima do InfinitePay. Desta forma, os usuários ainda poderão utilizar a plataforma para fazer o gerenciamento dos cartões, a solicitação de empréstimos e também para utilizarem o celular como um terminal de pagamentos em substituição às maquininhas tradicionais.

A diferença é que agora os clientes vão poder ter contas bancárias digitais no aplicativo e também poderão fazer pagamentos de boletos e de tributos dentro da plataforma.

“Este lançamento parte de um rebranding do InfintePay e que incorpora uma conta digital e novos recursos", diz Pablo de Mello, diretor de operações e sócio da CloudWalk. “É a condensação de vários produtos em uma única interface.”

O InfiniteBank já nasce, automaticamente, com 300 mil usuários cadastrados. A CloudWalk não revela quantos desses clientes já abriram suas contas digitais na plataforma. 

O lançamento ocorre um ano após a CloudWalk alcançar o status de unicórnio, ao captar US$ 150 milhões em um aporte liderado pela gestora americana Coatue Management e ser avaliada em US$ 2,15 bilhões. Ao todo, a empresa já recebeu mais de US$ 345 milhões em injeções de capital.

Desde então, a startup reforçou seus serviços e focou na criação de seu próprio blockchain. Com a estrutura digital, a companhia lançou, no início deste mês, o cartão digital revelado por Silva (vídeo completo abaixo). O diferencial para outros cartões é que o InfiniteCard gera um cashback de 1,5% das compras realizadas em moeda digital.

A moeda digital em questão é uma stable coin que tem paridade com o real brasileiro e cujo valor não flutua. Pelo InfiniteBank, os usuários poderão utilizar o saldo para realizar o pagamento das contas do cartão ou fazer as transações em débito. Também é possível realizar a conversão direta para real.

Ainda que essas novidades possam ajudar a companhia a trazer mais clientes, a receita da fintech segue sendo gerada através das taxas cobradas pelo uso de sua maquininha de cartão e na solução de pagamentos online, onde compete contra empresas como Cielo, Stone e PagSeguro. Outra fonte são os juros cobrados dos clientes que tomam empréstimos na plataforma.

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Agora, com o InfiniteBank, a CloudWalk ingressa em uma nova arena e passa a tentar fazer frente a outras fintechs, em particular, aquelas que nasceram com a oferta especializada de contas digitais para PMEs e que também estão expandindo seus portfólios.

No novo segmento, a empresa terá bastante competição pela frente. Depois de uma primeira fase de fintechs centradas em pessoas físicas, nos últimos dois anos, em particular, houve uma onda de lançamentos de bancos e contas digitais voltados a esse público e a CloudWalk terá o grande desafio de mostrar que não é apenas mais um nome nesse espaço.

Uma das rivais é a Cora, que já levantou mais de US$ 254 milhões em aportes e tem mais de 500 mil empresas como clientes. Outro exemplo é a Conta Simples, que levantou US$ 27 milhões desde a sua fundação, em 2018. Até o fim do ano passado, a companhia tinha 35 mil clientes.