A Moove, empresa de lubrificantes com 60,4% de participação do grupo Cosan e 30% da gestora de private equity CVC Capital Partners, estabeleceu em até US$ 1,94 bilhão sua meta de avaliação para a oferta pública inicial de ações na Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos.

Nesta terça-feira, 1º de outubro, a Moove tornou pública informações sobre seu IPO, em que busca levantar até US$ 437,5 milhões, oferecendo 25 milhões de ações com preços entre US$ 14,50 e US$ 17,50 cada. Desse total, 6,25 milhões de ações são da própria Moove, enquanto outros acionistas estão colocando 18,75 milhões de ações à venda.

A Moove foi formada em 2008, quando a Cosan adquiriu a Mobil, marca de lubrificantes da Exxon no Brasil. A marca produz e distribui lubrificantes como óleos de motor, graxas e fluidos industriais, entre outros, para uso em veículos, equipamentos, máquinas e aviões.

Desde 2011, a Moove busca a expansão internacional. Em 2012, entrou na Europa comprando a unidade de lubrificantes da ExxonMobil no Reino Unido, Comma Oil & Chemicals. Seis anos depois, em 2018, a Commercial Lubricants nos EUA, passando a atuar no mercado americano.

A estratégia ganhou impulso em 2019, quando a CVC adquiriu uma participação de 30% na Moove, pagando à Cosan R$ 588,6 milhões.

A Moove vende lubrificantes para 10 países na América do Sul, América do Norte e Europa, além de exportar seus produtos para mais de 60 países no Velho Continente e na Ásia. No primeiro semestre de 2024, o principal mercado foi a América do Sul, com 47,3% da receita.

A receita da Moove caiu 1,6% em relação ao ano anterior, para R$ 5,02 bilhões de reais (US$ 921,2 milhões) nos seis meses encerrados em 30 de junho, com a queda nas vendas de lubrificantes. Mas registrou lucro de R$ 237,6 milhões no mesmo período, ante prejuízo de R$ 58,4 milhões no ano anterior.

A Cosan protocolou o pedido de IPO da Moove junto à SEC no último dia 17 de setembro. Na época, relatório do Bradesco BBI enviado a clientes indicou que a realização da oferta pode abrir caminho para turbinar os papéis e o valor de mercado da Cosan.

“Um IPO bem-sucedido da Moove nos Estados Unidos pode ser um gatilho material para as ações da Cosan, dado que uma oferta marcaria a mercado esse ativo que, atualmente, provavelmente está subvalorizado nos papéis do grupo”, diz o relatório.

No mesmo documento, o Bradesco BBI apontou que, impulsionado pela expansão constante da margem após as melhorias no mix de produtos da empresa, o Ebtida ajustado de R$ 351 milhões da Moove no segundo trimestre foi um dos destaques positivos no balanço da Cosan.

Já no prospecto que acompanhou o pedido de listagem feito nessa terça-feira, a Cosan informou que seguirá como controladora da Moove após o IPO. Caso seja concretizada, essa será a primeira listagem realizada por uma companhia brasileira desde a abertura de capital do Nubank, em dezembro de 2021.