Com planos de investir cerca de R$ 1,8 bilhão no mercado de brasileiro de energia até 2027, a AXS Energia reforçou sua estrutura de capital com a ajuda da AZ Quest.

A companhia de geração distribuída (GD) solar anunciou na sexta-feira, 4 de julho, que recebeu um aporte de R$ 550 milhões da gestora, visando preparar sua operação para a próxima fase de expansão, na qual investirá no segmento de armazenamento de energia.

“A operação ajuda a consolidar a nossa estrutura de capital, que fica bastante saudável, e permite olharmos os planos de expansão, ao mesmo tempo em que nos ajuda a concluir o que fizemos na primeira fase”, diz Rodolfo Pinto, CEO da AXS Energia, ao NeoFeed.

O aporte prevê que a AZ Quest, gestora com R$ 37 bilhões em ativos sob gestão, tenha uma participação na AXS Energia, que não foi revelada, mas o controle permanecerá com os sócios originários.

Pinto diz que as conversas com a AZ Quest começaram no final do ano passado, depois da experiência da empresa com a gestora, com quem tinha feito operações de dívida para projetos.

O aporte está alinhado com o entusiasmo que a AZ Quest demonstra pelo tema de GD. Ao NeoFeed, em junho, Walter Maciel, CEO da gestora, disse que a preferência vem do fato desses projetos atenderem à crescente demanda do País por energia e não estarem sujeitos ao chamado curtailment, os cortes de energia promovidos pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para evitar sobrecarga na rede.

Com esses recursos, a AXS Energia parte para finalizar os projetos existentes e começar a planejar o que vem por aí. A companhia construiu 200 megawatts (MW) em novas usinas e tem mais 150 MW para levantar nos próximos dois anos.

A empresa conta atualmente com 54 usinas de GD em operação em cinco Estados – São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Ao final do ano de 2027, a AXS terá 113 usinas, com capacidade total de 350 MW.

A segunda fase do plano de expansão, que deve começar a partir de 2027, é baseada em dois pilares. O primeiro é a consolidação do mercado, com a compra de ativos em operação em GD, ao invés de novos desenvolvimentos.

Segundo Pinto, a regulamentação do mercado de GD prevê a redução paulatina dos subsídios para a área, o que vai dificultar a obtenção de recursos para novos projetos.

“A regulamentação criou um limitador de prazo para ter usinas que possam ter acesso a benefícios de descontos”, afirma. “Você não consegue construir novos projetos, será preciso crescer através da aquisição de ativos operacionais.”

O segundo pilar envolve a oferta de produtos de armazenamento de energia, principalmente para consumidores comerciais e industriais de médio porte. Nessa frente, a AXS aposta em projetos próprios.

A AXS está em processo de desenvolvimento de quatro projetos de baterias de armazenamento. Esses projetos seriam para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, cada um com capacidade de 200 megawatts-hora (MWh). São sistemas que podem despachar 50 MWh de potência por até quatro horas diárias.

Os investimentos devem permitir a AXS manter o ritmo de crescimento nos próximos anos. A expectativa para 2025 é fechar com um faturamento de R$ 120 milhões, aumento em relação aos R$ 45 milhões realizados em 2024. Para 2026, a projeção é de uma receita de R$ 250 milhões.