Fundada em Curitiba, a Preâmbulo Tech tem 32 anos de vida desenvolvendo softwares para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas.
Nessa longa jornada, a desenvolvedora de software conquistou aproximadamente 6 mil escritórios de advocacia e 1 mil departamentos jurídicos, totalizando 28 mil usuários.
Nessa semana, a “startup jurídica”, ou uma Law Tech, como são chamadas as empresas tecnológicas da área, recebeu o seu primeiro cheque institucional de um fundo de venture capital.
Trata-se de um aporte que pode chegar a R$ 10 milhões do Criatec 3, fundo que tem entre os cotistas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é gerido pela KPTL, uma das principais gestoras brasileiras de venture capital.
O primeiro cheque será de R$ 3 milhões e o volume vai aumentando à medida que determinadas metas sejam cumpridas, no que a KPTL chama de contrato de incentivo.
“É uma empresa consolidada, com robustez financeira, líder de seu setor e que tem uma estratégia de crescimento que deve passar por novas aquisições”, afirma Renato Ramalho, CEO da KPTL, com exclusividade ao NeoFeed.
O primeiro cheque vai ser usado para a Preâmbulo reforçar sua equipe comercial e para desenvolver novos produtos. Hoje, a companhia conta com dois softwares e 110 funcionários.
O principal produto da empresa é o Preâmbulo CPJ-3C, um sistema de gestão jurídico que funciona na nuvem ou on-premise (instalado nos servidores do próprio escritório de advocacia). Ele representa 75% da receita da companhia, que foi de R$ 15 milhões em 2019.
O outro software é o CPJ-Cobrança, voltado para a recuperação de crédito. “É um produto complementar, voltado para escritórios que trabalhem com bancos e grandes financeiras”, afirma Maurício Kavinski, CEO da Preâmbulo.
Advogado de formação, Kavinski não faz parte do time original de fundadores da Preâmbulo. Ele comprou uma participação majoritária na empresa há seis anos. O Chief Technology Officer, Hamilton Andreatta, é um dos fundadores que ainda está na companhia.
Sob o comando de Andreatta está o desenvolvimento dos dois novos produtos da companhia. Um deles é um software para automação de documentos O outro é um sistema para tratamento de dados.
A gestora está de olho em um mercado imenso. Estima-se que o Brasil tenha 1,2 milhão de advogados e cerca de 100 mil escritórios de advocacias. Isso sem falar dos departamentos jurídicos de grandes empresas, que também podem usar o sistema da Preâmbulo.
Esse não é o primeiro investimento da KPTL na área jurídica. Em 2018, ela fez um aporte na Justto, startup que automatiza o processo de negociação de acordos judiciais, sobretudo em casos do direito do consumidor e do direito trabalhista.
A KPTL, fruto da fusão da Inseed Investimentos com a A5 Capital Partners, conta com um portfólio de 49 empresas investidas, em setores como financeiro, agronegócio, saúde, energia, ciências da vida e biológico.
Faz parte do portfólio da gestora a Magnamed, fabricante que produziu 5 mil respiradores pulmonares para o Ministério da Saúde, essenciais para o combate ao novo coronavírus.
As agtechs Agrotools e SmartBreeder, o outlet virtual multimarcas Q!Bazar, o sistema de monitoramento de mídia Knewin e o software de gestão de tesouraria Mark 2 Market são outros exemplos de empresas investidas pela gestora de venture capital.
A KPTL tem R$ 1 bilhão de ativos sob gestão e está captando três novos fundos. O primeiro de R$ 600 milhões para startups mais avançadas (growth). O segundo, de R$ 200 milhões, para health tech. E o terceiro, para startups em estágio inicial, de R$ 100 milhões.