Fundada em 2016 e presente em mais de 20 mercados, a edrone tem dois traços pouco comuns entre boa parte das startups. O primeiro, ter como berço a Polônia, país sem muita tradição no mapa global desse ecossistema. E o segundo, o fato de ter percorrido esse ciclo apenas com seus próprios recursos.

Agora, a empresa está ganhando um novo fôlego para seguir levando o nome da sua terra natal a outras fronteiras. A companhia anuncia nesta segunda-feira, 19 de outubro, um aporte de US$ 2,5 milhões (R$ 14 milhões), liderado pelo fundo PortfoLion, braço de venture capital do banco húngaro OTP.

O investimento complementa a captação de outros US$ 2,8 milhões (R$ 15,3 milhões), em agosto, junto ao Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (NCRD), agência polonesa de apoio a empresas do país. O aporte em questão foi divulgado, na época, apenas na mídia local.

“Nossa ideia foi bem recebida desde o início, o que nos permitiu conquistar mais de mil clientes em todo o mundo”, afirma, em nota, Michal Blak, cofundador e CEO da edrone. “Esses dois importantes investimentos irão impulsionar ainda mais o nosso crescimento.”

A edrone tem uma plataforma de gestão de relacionamento com clientes, o popular CRM, desenvolvida especificamente para o segmento de e-commerce e comercializada no modelo de software como serviço.

O sistema permite acompanhar toda a jornada de um consumidor em uma loja virtual. A partir desses dados e do uso de inteligência artificial, o e-commerce consegue personalizar as interações com esse cliente, seja no próprio site ou por meio de recursos como e-mail, SMS, pop-ups, chat e webpush.

Com o aporte de US$ 2,5 milhões, um dos planos é fortalecer a operação da edrone nos países nos quais a startup já está presente. Nessa jornada, o escritório brasileiro deve ser um dos principais destinos desse montante.

“Vamos focar os mercados onde já testamos o produto e sabemos que temos tração”, diz Felippe Pereira, diretor global de operações da edrone, ao NeoFeed. “E o Brasil é o nosso segundo maior mercado, atrás apenas da Polônia. Essa posição vai se refletir diretamente na injeção de recursos.”

A edrone tem uma base de 150 clientes no mercado brasileiro, onde desembarcou no fim de 2017. A lista inclui nomes como Lupo e Husqvarna. E a meta é expandir essa base com mais velocidade.

A edrone tem uma base de 150 clientes no mercado brasileiro, onde desembarcou no fim de 2017

Para isso, a prioridade da edrone é ampliar a equipe local, formada atualmente por 15 pessoas. O plano é, no mínimo, dobrar esse time, especialmente na frente comercial e na área de suporte aos clientes.

Em paralelo, a estratégia passa pelo desenvolvimento de outros mercados na América Latina. Único país da região no qual a empresa tem operação direta, o Brasil seguirá sendo o foco. “O País tem um mercado maior que México e Argentina somados. E tem muito ainda a ser explorado”, afirma Pereira.

Fora da América Latina, a estratégia inclui a expansão em países do leste europeu, como Hungria e Romênia, além do plano de contratar cem pessoas nos próximos doze meses e de seguir trazendo novas funcionalidades ao portfólio.

Para Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, há boas perspectivas para ferramentas como a plataforma da edrone. “Orientação a dados e clientes do novo varejo”, diz. “Entendimento de jornadas, capacidade de engajamento e ativação individualizados serão fundamentais para o setor.”

Felippe Pereira, diretor de operações da edrone

O aporte de US$ 2,8 milhões, por sua vez, será aplicado no desenvolvimento de um assistente virtual autônomo, com comando de voz, para o e-commerce. Com uma versão beta já disponível, esse “robô” estará integrado aos catálogos de produtos e ao CRM dos e-commerces.

“Com esses dados, a ideia é que ele traga recomendações de produtos que façam mais sentido para o cliente, em tempo recorde”, explica Pereira. “E queremos chegar a um estágio onde esse assistente realmente saiba quem é esse consumidor, pra tornar a experiência de compra mais rápida e fluída.”

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