Difícil imaginar discurso diverso no Fórum dos Bancos Centrais, em Sintra, Portugal, nesta quarta-feira, 29 de junho, quando estarão reunidos os presidentes dos maiores bancos centrais do mundo.

Jerome Powell, do Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, Christine Lagarde, do Banco Central Europeu (BCE) e Andrew Bailey, do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) têm pronunciamentos agendados pela manhã.

E, cada um à sua maneira, deverão reiterar a disposição de combater a inflação com taxa de juro e reconhecer a consequência: a desaceleração da atividade que Powell já denominou recessão em seu testemunho em comitês do Senado e da Câmara de Representantes nos EUA, na semana passada.

É improvável que o trio de banqueiros centrais mais influentes do mundo traga nova mensagem, mas as manifestações de autoridades monetárias são quase sempre relevantes e, ainda mais, quando a expectativa de recessão à frente é considerada fava contada por economistas.

O desafio de Powell, Lagarde e Bailey é grande. Eles já enfrentam uma inflação combinada de 25,1% em 12 meses encerrados em maio.

Destrinchando: na dianteira, o Reino Unido apurou alta de 9,1% no índice de preços ao consumidor nessa base de cálculo, os EUA, 8,6%, e a zona do Euro, 8,1%. Os três indicadores são os mais elevados em cerca de quatro décadas.

Capricho do calendário ou agendamento deliberado, os pronunciamentos estão previstos para o meio da manhã de um dia particularmente importante.

Na agenda estão a divulgação de estatísticas monetárias na Inglaterra, de índices de confiança de empresas e consumidores na zona do Euro e do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre, além de um indicador de inflação pelo qual o Fed tem apreço.