O executivo André Brandão renunciou à presidência do Banco do Brasil, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 18 de março, quase seis meses após assumir o comando da instituição financeira.

Ele entregou carta de renúncia para o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Hélio Magalhães. Brandão deve ficar no cargo até 1 de abril.

A saída de Brandão do Banco do Brasil vinha sendo especulada pelo mercado desde janeiro, quando ele anunciou um plano de demissão voluntária para 5 mil funcionários e o fechamento de 361 agências do banco. A estratégia envolvia, inclusive, o encerramento das operações em algumas cidades.

Com isso, Brandão entrou na mira de Bolsonaro. O executivo chegou a colocar o cargo a disposição em 26 de fevereiro, mas conseguiu se manter no posto por mais algum tempo. Ele, inclusive, chegou a receber o apoio explícito de membros do conselho de administração. Entre eles, de Magalhães, que preside o colegiado.

Em reunião em 2 de março, os conselheiros independentes Hélio Lima Magalhães, José Guimarães Monforte, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima, que representam metade do board, defenderam fortemente a gestão de Brandão.

Segundo a ata da reunião, Brandão foi avaliado como um executivo de reconhecida experiência, com mais de 20 anos como administrador de grandes instituições financeiras, elevada competência técnica e “inquestionável reputação ilibada”.

André Brandão, presidente do Banco do Brasil (crédito: Agência Brasil)

“Em apenas 5 meses de mandato, evidenciou sua capacidade de liderar a organização para além dos desafios que se impõem à competitiva indústria financeira, no melhor interesse da companhia e de seus stakeholders, tendo demonstrado alta performance na implementação da estratégia corporativa aprovada por este Conselho para o quinquênio 2021/2025”, destacaram os conselheiros, no documento.

Brandão deve ser substituído por Fausto de Andrade Ribeiro, presidente da BB Administradora de Consórcios. Ele também vai preencher o lugar ocupado por Brandão no conselho de administração.

O nome de Ribeiro, segundo o Ministério da Economia, será encaminhado para análise do Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade do Banco do Brasil.

Aos 52 anos, Ribeiro é presidente da BB Administradora de Consórcios desde setembro de 2020. Ele já foi gerente executivo do banco por quase quatro anos, responsável pela área de canais de terceiros, como correspondentes bancários, banco postal, redes compartilhadas e Banco 24 horas.