No fim de abril de 2021, a Apple passou a exigir que os aplicativos tivessem permissão explícita dos donos de iPhones e iPads para utilizar os dados desses usuários em anúncios segmentados. Mais que uma mera atualização, essas mudanças afetaram diretamente o bolso de uma série de empresas que usavam os dispositivos da Apple para turbinarem suas receitas de publicidade.

Perto de completar um ano do anúncio, uma pesquisa da empresa de dados Lotame, divulgada pelo site americano Business Insider, estima um impacto de quase US$ 16 bilhões nas receitas de quatro grandes operações de tecnologia, em 2022, a partir dessa medida.

O grupo, cujas somas das perdas estimadas no ano totaliza esse volume de estragos, inclui as seguintes operações: a Meta, dona do Facebook; o YouTube, plataforma de vídeos do Google; a Snap, dona da Snapchat; e o Twitter.

Quem lidera esse incômodo ranking é a Meta. De acordo com o estudo, a perda estimada para a empresa comandada por Mark Zuckerberg é de US$ 12,81 bilhões ou 9,7% da receita projetada do grupo para esse ano. Em 2021, a companhia alertou que a atualização lhe traria um prejuízo de cerca de US$ 10 bilhões.

Diante desse “rombo” em seu negócio de publicidade, seu tradicional carro-chefe, a Meta, não à toa, vem buscando desenvolver novas fontes de receita. Esse movimento se traduziu na própria mudança de nome da empresa, em outubro de 2021, e na mudança do foco para conceitos como o metaverso.

Em segundo lugar no relatório vem a Snap, com um impacto estimado de 9,6% de sua receita, ou US$ 546 milhões. A perda projetada para o YouTube, por sua vez é de US$ 2,2 bilhões, ou 6,5% da receita da plataforma, enquanto no Twitter, o prejuízo esperado é de US$ 323 milhões, ou 5,4% da receita.

Para chegar a esses números, a Lotame levou em conta fatores como a dependência de cada plataforma em dispositivos móveis; a parcela de usuários de iOS, o sistema operacional da Apple, em cada operação; e o consenso de analistas com as projeções de receita dessas empresas em 2022.

Em outubro de 2021, a Lotame fez essa mesma análise com o quarteto em questão, considerando os impactos observados no segundo semestre daquele ano. No período, a perda estimada das quatro operações foi de US$ 9,85 bilhões.