A privatização da Eletrobras, via uma capitalização na qual a União deixaria o seu controle, elevaria a capacidade de investimento da companhia para R$ 13 bilhões ao ano, segundo o novo presidente da estatal, Rodrigo Limp.

Em uma participação no evento CEO Conference 2021, Limp disse que, nos últimos dois anos, a Eletrobras investiu, em média, R$ 3 bilhões ao ano. E que se o plano de capitalização seguir adiante poderá multiplicar por mais de quatro esse montante. Até 2035, o valor total poderá chegar R$ 200 bilhões.

“Para a Eletrobras seguir protagonista, ela precisa aumentar sua capacidade de investimento”, afirmou Limp.  “E o processo de capitalização é muito importante, pois vai permitir a empresa ter mais competitividade e mais agilidade.”

O governo pretende privatizar a Eletrobras por meio de uma capitalização, emitindo novas ações. Com isso, diluiria sua fatia na estatal e passaria a ter uma posição minoritária.

Na semana passada, uma medida provisória foi aprovada na Câmara dos Deputados abrindo o caminho para a capitalização. Agora, a proposta vai ser avaliada pelo Senado, que precisa aprovar ou modificar o texto até 22 de junho para não perder a validade.

Segundo a medida provisória, a Eletrobras pagaria um bônus de outorga à União em troca da renovação em condições mais vantajosas dos contratos de suas hidrelétricas antigas.

O Ministério de Minas e Energia afirma que essa outorga deve ficar em R$ 25 bilhões. Esse valor, no entanto, não está previsto na medida provisória.

No evento, Limp, que assumiu a empresa no começo de maio, disse que uma das prioridades da empresa agora é a construção da usina nuclear Angra 3, que tem início das operações previstas para 2026. Esse ativo, no entanto, não entra em uma possível privatização.

A Eletrobras vale hoje R$ 67 bilhões e é responsável por 37% do total da capacidade de geração de energia do país. Ela tem uma capacidade instalada de 42.080 megawatts e 164 usinas, sendo 36 hidrelétricas e 128 térmicas.