Depois de surpreender o mercado no começo do mês anunciando a saída de Gustavo Souza como CEO, a Cielo informou nesta terça-feira, dia 23 de agosto, que escolheu Estanislau Bassols para ocupar o comando da companhia.
De acordo com o comunicado, o conselho de administração vai se reunir em 1º de setembro para deliberar sobre a eleição de Bassols ao cargo, cuja posse ocorrerá após a aprovação pelo Banco Central. Neste ínterim, Renata Daltro segue interinamente no comando.
Bassols é um executivo experiente, tendo passado mais de 16 anos em cargos de alto escalão. Ele foi CEO da Sky por três anos e da VR Benefícios por cinco anos. Atualmente, ele é presidente de divisão da Mastercard no Brasil, onde seguirá até 31 de agosto.
Bassols é o mais recente executivo a assumir o comando da Cielo. Antes dele estava Souza, que permaneceu no cargo por um e três meses. Este, por sua vez, entrou no lugar de Paulo Caffarelli, que chegou à Cielo em 2018 após deixar o comando do Banco do Brasil. Caffarelli é atualmente CEO da empresa de serviços financeiros da Simpar, a BBC.
A troca ocorreu no momento em que a Cielo estava mostrando uma retomada financeira. No segundo trimestre, ela apresentou desempenho acima do esperado pelo mercado, com o lucro recorrente mais do que dobrando em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 383,4 milhões, melhor resultado desde o quarto trimestre de 2018. O Ebitda, na mesma base de comparação, avançou 103,7%, para R$ 1,18 bilhão, enquanto a receita recuou 9,7%, para R$ 2,5 bilhões.
O bom momento da Cielo é motivo de alegria para os principais acionistas, Bradesco e Banco do Brasil, depois de a companhia passar por maus bocados nos últimos anos com a intensificação da concorrência no setor, com a chegada de novos nomes, como Stone e Getnet.
“A Cielo, até outro dia, era um patinho feio”, disse o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari, em recente entrevista ao NeoFeed. “Hoje, vê o lucro que a Cielo está entregando e a valorização que ela teve na Bolsa. Vamos continuar nesse trabalho e recuperando o valor da empresa.”
A companhia, cujas ações passaram por muito tempo depreciadas, viu uma recuperação de seu valor de mercado, superando o da Stone depois de anos. Na segunda-feira, dia 22 de agosto, o valuation da Stone atingiu R$ 14,6 bilhões, considerando a taxa de câmbio de ontem, enquanto o valor da Cielo alcançou R$ 14,8 bilhões.
As ações da Cielo fecharam o dia com queda de 1,08%, a R$ 5,52. No ano, elas acumulam alta de 2,5 vezes.