Quando assumiu o comando da Wine, em janeiro de 2019, Marcelo D’Arienzo costumava dizer que, entre os vinhos, não gostava apenas dos Malbecs. De lá para cá, no entanto, ele foi obrigado a rever essa posição.

“Eu não consegui experimentar nem mesmo todos os Malbecs da Wine para falar que não gosto”, diz o CEO da plataforma de venda de vinhos, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “O que eu descobri nesse mundo do vinho é que as opções são tantas e que tenho muito a aprender.”

D’Arienzo não é o único. E quem atesta essa afirmação é o próprio executivo, ao citar o dado de que, no decorrer da pandemia, o mercado de vinhos ganhou uma nova safra de mais de 8 milhões de adeptos no Brasil.

“É um consumidor emergente, que está entrando na categoria e conhece pouco do produto”, afirma o CEO da Wine. “E ele vai escolher consumir na hora que quiser e a gente tem que estar presente em todas essas jornadas.”

Ao encontro desse movimento, um dos focos da Wine é reforçar sua presença nos canais B2B, o que inclui desde bares e restaurantes até supermercados do interior do País. Esse foi um dos racionais por trás da compra, em maio, da Cantu, importadora que atende mais de 15 mil pontos de venda e 11 mil clientes.

Agora, a Wine vai investir na digitalização dos estoques desses canais do B2B, por meio do seu aplicativo. De um lado, a empresa ganha novos hubs para realizar entregas no mesmo dia ou no dia seguinte. Ao mesmo tempo, vai oferecer uma moeda de troca para esses parceiros.

“Vamos oferecer mais uma oportunidade de giro para o produto”, conta D’Arizeno. “E dados sobre o que as pessoas no entorno daquele estabelecimento estão consumindo do nosso produto, para que eles também melhorem o seu trabalho na categoria.”

A Wine já mantém conversas com duas redes regionais para um projeto-piloto dessa iniciativa que será colocado em prática ainda nesse semestre. No programa, D’Arienzo conta ainda sobre o uso de inteligência artificial na operação, os planos para encorpar a oferta com produtos adjacentes ao vinho, aquisições, expansão das lojas físicas e a possibilidade de um IPO via instrução 476.