Chega de especulações. As empresas de telefonia TIM e Vivo confirmaram, por meio de comunicados oficiais, que têm interesse em comprar a operação móvel da Oi.

As duas empresas publicaram fatos relevantes dizendo que manifestaram interesse na aquisição ao Bank of America Merrill Lynch, assessor financeiro da Oi na operação.

No comunicado, TIM e Vivo relatam “seu interesse em iniciar as tratativas com vistas a uma potencial aquisição, em conjunto, do negócio móvel do Grupo Oi, no todo ou em parte, de modo que, no caso de concretização da operação, cada uma das interessadas receberá uma parcela do referido negócio”.

A Oi confirmou o interesse das duas empresas. “O recebimento dessas indicações não vinculantes iniciais de terceiros confirma a premissa da companhia de que há interesse do mercado em suas operações móveis”, diz um trecho do comunicado divulgado pela Oi ao mercado.

Um relatório do BTG Pactual, publicado no ano passado, avaliou a operação móvel da Oi em R$ 15 bilhões. A Vivo, do grupo espanhol Telefônica, a TIM, da italiana Telecom Italia, e a Claro, da mexicana América Móvil, já haviam manifestado interesse no ativo, caso ele estivesse à venda.

“Estamos prontos para a consolidação do mercado”, disse Pietro Labriola, presidente da TIM, em teleconferência com analistas em fevereiro deste ano. “Um dos players, que é chave para acelerar esse processo de consolidação, parece estar acelerando o processo. E isso é uma coisa que pode começar em 2020.”

O presidente da Vivo, Christian Gebara, também dizia, quando questionado sobre o assunto, que se a Oi colocasse sua operação móvel à venda a companhia espanhola iria avaliar o ativo.

A Claro corre por fora nessa disputa e também já manifestou interesse em comprar os ativos móveis da Oi. “Estamos analisando os ativos da Oi, estamos interessados em participar da venda de ativos móveis, que incluem espectro, clientes. Estamos abertos ao negócio e estamos dentro desse processo”, afirmou Daniel Hajj, CEO da América Móvil, dona da Claro, em fevereiro deste ano.

A Oi, que está em recuperação judicial, está vendendo uma série de ativos e redefinindo sua estratégia. O plano do CEO, Rodrigo Abreu, é se desfazer de torres de celulares, data centers e imóveis. Em janeiro deste ano, a operadora vendeu sua fatia de 25% da operadora angolana Unitel por US$ 1 bilhão.

Rodrigo Abreu, presidente da Oi

Mas, em entrevista ao NeoFeed, em outubro do ano passado, Abreu disse que não precisaria se desfazer da operadora móvel para cumprir o seu plano de recuperação judicial. Mas fez uma ressalva.

“Se você perguntar: ao longo do plano vão existir possibilidades e oportunidades de discutir consolidação e de venda de ativos? Provavelmente, possivelmente. O mercado demonstra – não somos nós que estamos falando – interesse em discutir a possibilidade de consolidação”, afirmou Abreu.

A Oi contava com 36,7 milhões de assinantes de celulares em janeiro deste ano, segundo a consultoria Teleco, especializada em telecomunicações.

A operadora é a quarta colocada em celulares, com uma fatia de 16,21% do mercado móvel. A Vivo liderava, com 32,95%, seguida pela Claro, com 24,19%, e pela TIM, com 23,76%.

A venda da operação móvel, se concretizada, reforça o plano traçado por Abreu. A ideia do executivo, que já foi presidente da TIM, é transformar a Oi na maior empresa de fibra óptica do Brasil.

A venda do negócio da Oi é uma questão de tempo. E, claro, de preço.

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